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Cocamar amplia venda de suco de laranja para o Japão

O presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, informou que a cooperativa está ampliando o volume de exportação de suco de laranja


No retorno de sua recente viagem ao Japão, onde integrou missão comercial liderada pelo deputado estadual Luiz Nishimori, o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, informou que a cooperativa está ampliando o volume de exportação de suco de laranja pronto para beber para aquele país.

A operação, iniciada em meados de 2004, ganhou impulso após contatos mantidos nos últimos dias com alguns importadores durante a FoodEx 2005, uma importante feira do setor de alimentação realizada nos arredores de Tóquio. Os japoneses, segundo Lourenço, fecharam contrato aumentando suas compras de suco de laranja e poderão adquirir também néctares de manga e goiaba, que vêm sendo testados junto aos consumidores. Os produtos são embarcados em embalagens longa vida de 1 litro.

O grupo brasileiro, formado por lideranças e empresários interessados em incrementar negócios com aquele mercado, participou de reuniões com autoridades governamentais e representantes de vários segmentos.

Luiz Lourenço disse que para algumas áreas, como a de carne de frango, o caminho está aberto para o produto brasileiro, favorecido principalmente pela ocorrência de gripe aviária em alguns países asiáticos, que forneciam aos japoneses. Atualmente, 85% da carne de frango consumida no Japão é proveniente do Brasil.

Para outros setores, a distância entre os dois países e o desconhecimento dos japoneses em relação à realidade brasileira são ainda obstáculos que dificultam negócios, como ocorre com as carnes bovina e suína. O Japão, ao contrário da política adotada por grandes compradores de carne, como a União Européia, não aceita desmembrar o Brasil por regiões, apesar de sua grande extensão territorial. Por isso, um único foco de aftosa na Amazônia é o que basta para fechar o mercado japonês à carne bovina produzida em Estados reconhecidos desde 2000 como áreas livres da doença, entre eles o Paraná, pela Organização Internacional de Epizootias (OIE).

Soja e álcool:

Por outro lado, os japoneses demandam mais de 1 milhão de toneladas de soja por ano para alimentação humana de forma direta (destinada à fabricação de iguarias como o tofu), mas o grupo brasileiro descobriu que os importadores fazem restrições ao produto do Brasil. Há cerca de 20 anos, explica Lourenço, amostras foram reprovadas em testes para fabricação de alimentos por não estarem adequadas aos padrões locais de consumo. “De lá para cá, pouco se fez para melhorar a credibilidade da nossa soja junto a esse mercado”, acrescentou.

Com o álcool acontece o mesmo. Apesar de os japoneses terem aprovado no ano passado a adição de 3% do produto à gasolina – o que gerou forte expectativa de exportação de álcool brasileiro para aquele país – esse combustível ainda é motivo de acalorada discussão entre governo e representantes de alguns setores, como o automotivo e o petroleiro. Luiz Lourenço disse ter ouvido de autoridades influentes como Satoru Satoh, da área de relações exteriores, um estranho comentário de que o produto vai exigir grandes investimentos nos postos de abastecimento e que sua manipulação seria nociva à saúde dos trabalhadores.

Ao mesmo tempo, observou o presidente da Cocamar, percebeu-se que o governo japonês está determinado a adequar-se às exigências do Protocolo de Quioto, do qual é signatário. O Protocolo, ratificado no início deste ano por mais de 140 países, prevê reduzir as emissões de gases causadores de efeito estufa. E ouviu de outra importante autoridade, Kenichi Ito, diretor-geral do ministério da Agricultura, a declaração de que estudos para implementar a adição encontram-se em andamento e que esse assunto será conduzido tecnicamente e em curto prazo.

Lourenço acredita que a viagem do presidente Lula àquele país, marcada para maio próximo, poderá ensejar oportunidades de negócios em muitas áreas e melhorar o nível de informação dos japoneses em relação ao Brasil e seus produtos.

A comitiva brasileira em visita ao Japão foi integrada também pelo presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, presidentes de várias outras cooperativas (Carlos Yoshio Murate, da Integrada; José Otaviano Ribeiro, da Cofercatu e Ricardo Silva Chapla, da Copagril) e o empresário Mário Fernando Camargo, diretor da Avícola Felippe.

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