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Cocamar quer ampliar produtividade da soja na região

As lavouras apresentam médias inferiores às de outras zonas produtoras


A Cocamar, que abrange a região de Maringá (PR), começou a desenvolver no final de 2006 um amplo programa de sua região com o objetivo de ampliar os níveis de produtividade de soja, como também de outras culturas de grãos. O programa tem a parceria de instituições como o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Embrapa Soja, Embrapa Gado de Corte, Embrapa SNT, Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Emater/PR.

De acordo com o engenheiro agrônomo Antonio Sacoman, coordenador técnico de Arenito e Grãos da cooperativa, as lavouras cultivadas no Norte e no Noroeste do Estado apresentam, historicamente, médias inferiores às de outras zonas produtoras. Isto pode ser creditado, segundo ele, ao fato de que essas regiões encontram-se em uma área de transição entre os climas temperado e tropical. Nos últimos anos, a irregularidade climática – caracterizada principalmente por estiagens severas – acabou contribuindo para uma redução ainda maior dessa produtividade.

Segundo Sacoman, os trabalhos estarão focados em duas práticas que, embora bastante conhecidas dos agricultores, são ainda pouco implementadas no Norte e Noroeste do Paraná. A primeira é a produção de palhada em grande volume e com qualidade para recobrir e proteger o solo a ser ocupado pelas principais culturas no verão, a soja em especial. A segunda é a rotação de culturas.

Na região, a maior parte dos agricultores planta, invariavelmente, soja nos meses de verão e milho durante o inverno, produzindo pouco volume de palhada, o que expõe o solo aos efeitos da intensa insolação, deixando as lavouras bem mais vulneráveis às estiagens. No arenito, a atividade agrícola – concentrada principalmente no verão - é mantida em sistema de integração com a pecuária de corte, sendo que esta última ocupa as mesmas terras durante os meses frios.

Risco climático:

“O trabalho pretende incrementar a produtividade das lavouras e produção de carne com diminuição de risco climático”, diz o engenheiro agrônomo, lembrando que a parceria com o Iapar já é mantida desde 1997, quando a região do arenito começou a ser explorada como nova fronteira agrícola do Paraná.

Para esse novo programa, a Cocamar disponibilizou três áreas com aproximadamente vinte hectares cada para validação de pesquisas e difusão de tecnologias: um deles localizado na Comunidade do Guerra, em Maringá e, os outros dois, nos municípios de Jardim Olinda e Maria Helena. Além disso, há trinta e oito áreas de aproximadamente cinco hectares distribuídas em toda a região de ação da cooperativa.

A finalidade, segundo Sacoman, é replicar os trabalhos de validação de pesquisa, bem como apresentar os resultados aos produtores. Para isso serão realizadas reuniões técnicas, dias-de-campo, assistência técnica coletiva e divulgação pela imprensa, fazendo com que as tecnologias cheguem ao produtor. Para completar, uma área de dois hectares da Fazenda Guanabara, pertencente à Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, no município de Paranapoema, estará sendo usada pelos pesquisadores para embasar a recomendação de adubação específica para os cultivos no arenito, além de ensaios de manejo de solos e competição de cultivares de soja.

Sacoman observa que antes do início do programa, os produtores da região da Cocamar podiam contar apenas com forrageiras de clima temperado para fazer a cobertura do solo, como aveias e milheto. No entanto, como estes não apresentam desenvolvimento satisfatório em períodos de pouca chuva e de temperaturas elevadas no inverno, não se tem obtido quantidade razoável de massa seca para cobrir o solo e muito menos para alimentar bovinos.

A partir de agora, com o apoio daquelas instituições parceiras, será possível introduzir outros sistemas já bastante experimentados no Centro Oeste do País, conhecidos como “Santa Fé” e “Barreirão”, devidamente adaptados à realidade regional de clima e produção do Paraná. Sacoman explica que eles contemplam o plantio de gramíneas tropicais - mais resistentes à situações adversas de clima, como altas temperaturas e chuvas mal distribuídas -, em meio à cultura do milho no inverno ou pasto na chamada “safrinha”. Com essas gramíneas é feita a cobertura vegetal para o plantio de lavouras de verão e, também, alimentar bovinos, se for o caso. As informações são da assessoria de imprensa da Cocamar.

Benefícios proporcionados às culturas:

- Mantém a temperatura do solo abaixo de 30ºC (acima de 40ºC há sensível diminuição do metabolismo das plantas de soja);

- Quebra o impacto das gotas da chuva, o que facilita a infiltração da água no local, evitando escorrimento e erosão;

- O sombreamento do solo impede que a evaporação da água ocorra de forma intensa, pois com as altas temperaturas do verão, o fenômeno da evapotranspiração (evaporação do solo e transpiração da planta) pode consumir de 70.000 a 80.000 litros de água por hectare ao dia;

- Resgata nutrientes que estavam longe do alcance das raízes da soja;

- Agrega matéria orgânica ao solo através das raízes em profundidade, descompactando e aumentando a oxigenação, bem como a vida biológica do solo.

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