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Código Ambiental exige cautela, diz Stephanes

Ministro defende que pequenos agricultores sejam liberados da lei, que separa 20% da terra como reserva ecológica


Curitiba - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, defende que seja analisada com cautela a regulamentação do Código Ambiental em debate na Câmara dos Deputados, por sugestão do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Segundo Stephanes, que ontem participou do 2º Encontro Estadual das Comissões da Faep (Federação da Agricultura do Paraná), em Curitiba, caso a lei seja aprovada o Brasil vai perder 4 milhões de hectares de terra fértil e a produção agrícola vai cair em até 15 milhões de toneladas.

Aproximadamente 30 mil pequenos proprietários terão que abandonar o trabalho. O ministro defende que os pequenos empresários do setor sejam liberados da lei ambiental, que separa 20% da terra como reserva ecológica. Ainda segundo o ministro, um milhão de agricultores serão prejudicados com o código florestal e três milhões estarão irregulares.

""É necessário equilíbrio e racionalidade para avaliar e colocar em prática a lei. A agricultura e o meio ambiente devem caminhar juntos"", opina Stephanes. Durante o encontro, que reuniu agricultores do Paraná, ele apresentou dados e justificou a cautela com que deve ser analisada a lei. Segundo o ministro, 33% da economia brasileira é baseada na agricultura. Quatro mil municípios praticamente dependem do setor para a economia da região.

""No primeiro semestre deste ano tivemos déficit em todos os setores de exportação, menos na agricultura"", disse. Ele também salientou que o setor agrícola não participa das grandes discussões nacionais. Isso prejudica o futuro do comércio nacional. Também reclamou que os 250 deputados da bancada ruralista não se articulam entre si, o que dificulta ainda mais os projetos para o setor.

A agenda básica do Ministério da Agricultura inclui trabalhar com redes estaduais de pesquisa e tecnologia, além de investir no saneamento animal e vegetal, que já melhorou nos últimos anos mas continua com problemas (África do Sul e Japão ainda barram a carne brasileira por conta da febre aftosa).

A agenda também vai trabalhar com novos projetos de infraestrutura e logística para o transporte dos produtos agrícolas. "A existência de muitas reservas indígenas e ecológicas prejudica o acesso às rodovias", reclama Stephanes. O endividamento agrícola diminuiu as chances do agricultor conseguir financiamento dos bancos. Os juros elevados e a ampliação do crédito também estão em pauta.

O ministro também afirmou que aproximadamente 700 pessoas irão trabalhar com diplomatas brasileiros para a ampliação da exportação dos produtos nacionais.

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