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Código florestal pauta abertura da 51ª Expo Londrina

Políticos e ruralistas pressionam pela aprovação do projeto


Políticos e ruralistas pressionam pela aprovação do projeto de Aldo Rebelo, que tramita na Câmara Federal

''Político que não apoiar o projeto do novo código florestal não precisa nem aparecer no Paraná.'' O recado foi dado durante o discurso do ruralista e deputado federal Abelardo Lupion (DEM) na abertura da 51 Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, nesta quinta-feira (7), no Parque Ney Braga. ''Não aceitamos ser considerados bandidos por trabalhar nas propriedades que herdamos dos nossos avós ou que construímos com nossas próprias mãos'', disse o deputado, o segundo a falar. Antes, o presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Gustavo Andrade e Lopes, já havia chamado atenção para a questão ambiental.


Lopes disse que o Paraná demonstrou força ao levar cinco mil produtores rurais a Brasília, numa caravana nacional realizada na terça-feira para pedir a aprovação do projeto do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP). ''Representamos 25% do total da mobilização'', celebrou. O presidente pregou a união do Estado. ''Devemos quebrar os muros, acabar com essa história de gaúchos do Sudoeste, de mineiros e paulistas do Norte e dos curitibanos descendentes de europeu'', discursou.

O governador Beto Richa (PSDB), que foi convocado por Lupion para levantar a bandeira do novo código, também falou sobre o tema. ''Quero parabenizar a todos pela mobilização que tivemos em Brasília. A força que vocês demonstraram vai fazer a diferença.'' Richa afirmou que a maior parte dos produtores paranaenses está ilegal em relação ao código atual, que data de 1965.

Sem dar detalhes, o governador anunciou ''para os próximos dias'' o lançamento de um conjunto de ações para beneficiar as famílias do campo, como compensação financeira para o produtor que preservar as nascentes, além de investimentos em moradias e saneamento na zona rural.

Já o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, não falou do código florestal durante o discurso. Ele comemorou a ''safra cheia'' e seus ''bons preços''. E defendeu o financiamento aos produtores para a recuperação de mais de dois milhões de hectares de pastagens degradadas no Estado. E destacou as propostas do governo Richa nas áreas de defesa sanitária, pesquisa e assistência técnica na agropecuária.


''Quando pegamos o governo tivemos de demitir 200 profissionais (fiscais sanitários) que haviam sido contratados temporariamente. O governador determinou a reposição (por concurso) dos 200 e a contratação de outros 337'', garantiu o secretário. Lembrou ainda que a deficiência na fiscalização sanitária impede a pecuária paranaense de acessar mercados internacionais ''mais exigentes''. ''Lutamos pela conquista do certificado de área livre de aftosa, sem vacinação.'' Ortigara também apontou como desafios a luta contra a tuberculose e a brucelose bovinas.

Neste ano, Brasília não mandou nenhum representante de peso para a abertura da Expo. Quem representou o governo federal foi o superintendente Federal da Agricultura no Paraná, Daniel Gonçalves Filho. Ele afirmou que o ministro Wagner Rossi estava naquele momento em reunião se preparando para a visita à China onde vai discutir a abertura de mercados para exportação de produtos brasileiros como carne suína, cítricos e aviões.

Sem tocar no código florestal, o superintendente destacou que o Brasil assinou o protocolo de Kyoto, que trata das mudanças climáticas, e tem compromisso com a sustentabilidade na agricultura. Gonçalves Filho defendeu investimentos em plantio direto, em pesquisas e na recuperação das áreas de pastagem degradadas.

A feira deste ano, que vai até dia 17, tem como tema ''O show de quem produz''. Os organizadores esperam realizar mais de R$ 200 milhões em negócios e atrair público de 480 mil visitantes.

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