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Colheita de soja registra problemas

Mesmo com dificuldade safra vai atingir mais de 135 milhões de toneladas


Foto: Pixabay

No 7º levantamento da safra de grãos, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), confirma o crescimento de 4,1%, em comparação à safra anterior, na área plantada da safra brasileira de soja no período 2020/21, atingindo 38,5 milhões de hectares. 

A colheita ganhou maior ritmo nas últimas semanas de março, com o tempo seco em alguns Estados e, naqueles onde continuou chovendo, foi possível avançar no trabalho durante os períodos de tempo aberto, diminuindo a defasagem do atraso em relação aos anos normais.

Com a umidade elevada dos grãos, já há algumas semanas, em alguns pontos do Mato Grosso e do Norte/Nordeste do país, os problemas de qualidade têm se avolumado. Além disso, a quantidade concentrada de soja saindo do campo com a umidade elevada tem causado filas de caminhões nos pontos de recebimento, com a padronização dos lotes demandando mais tempo que o normal.  Com a maior concentração de produto nos portos os prêmios de portos fecharam mais uma vez negativos em março e a tendência é que fiquem negativos até que os portos estejam com maiores disponibilidades.

Os Estados mais atingidos pelas chuvas em excesso foram o Tocantins e o Mato Grosso. No estado do Norte, à medida que avança a colheita, constata-se que a qualidade produto colhido vem melhorando significativamente, passando a atender os padrões de qualidade firmado com os adquirentes. No início do processo de colheita dos primeiros talhões houve registros de áreas afetadas com queda na qualidade do produto colhido (grãos ardidos) devido, principalmente, ao excesso de chuvas durante fevereiro e que perdurou, na época, por duas semanas de forma ininterrupta

No Mato Grosso mesmo com os elevados investimentos atrelados à cultura e os pacotes tecnológicos empregados, o potencial produtivo foi limitado, por fatores decorrentes do clima, tanto no início do ciclo, quando a falta de chuvas comprometeu a plenitude produtiva da soja, quanto em sua fase final, quando a situação oposta de excesso de umidade devido às chuvas provocou incidência de avarias e desvalorização do grão. No Estado estima-se um rendimento médio de 3.473 kg/ ha, resultado 3,2% inferior ao da última safra.Por conta desse problema, empresas compradoras têm efetivado descontos sobre o produto acima dos parâmetros. 

Apesar desse quadro, é esperada uma produção recorde de 135,5 milhões de toneladas, representando incremento de 8,6% em relação à safra passada. A produtividade esperada é de 3.523 kg/ha ou 4,3% a mais. No levantamento de março a safra era projetada em 135,1 milhões de toneladas.

A demanda interna total (esmagamentos, sementes e perdas) está estimada em 50,44 milhões de toneladas, que deve permanecer aquecida em virtude do crescimento da economia, do aumento da produção de carnes para exportação e da mistura do biodiesel, que passou de B12 para B13. Espera-se que as exportações atinjam um número próximo de 85,6 milhões de toneladas, motivadas pela forte demanda chinesa e pelo alto percentual comercializado para a safra 2020/21.

Os preços elevados devem se manter. Entre os motivos está a redução da safra da Argentina, de 49 milhões de toneladas para 44 milhões de toneladas devido ao clima. O país é um dos maiores players de mercado mundial no fornecimento de farelo e óleo de soja. Também colaborou a alta dos preços de farelo e óleo de soja no mercado internacional. Os óleos vegetais estão sob suporte de uma forte demanda (principalmente de biodiesel) e problemas na safra da palma na Ásia devido a variações adversas no clima. Além disso a estimativa de plantio de soja nos Estados Unidos foi elevada em 5%, estimada em 35,45 milhões de hectares. Mesmo com um aumento de produção, é possível que o estoque final para a safra 2021/22 americana seja o menor da história. A tendência é que os preços internacionais continuem firmes em abril ainda influenciado pela perspectiva de plantio do USDA e os baixos estoques americanos.
 

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