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Colheita de trigo na Argentina derruba preços no Brasil

Os preços do trigo caíram entre 4% e 10% no mercado interno em novembro


Após três meses em alta, os preços do trigo em grão no mercado interno caíram entre 4% e 10% em novembro comparado a outubro em algumas regiões do País. Isso decorre do início da colheita da safra da Argentina. No Paraná, tradicional plantador de trigo, a tonelada do grão caiu 4%, de R$ 500,00 em outubro para US$ 480 no mês passado.

No Rio Grande do Sul a queda foi de 9,37%, de R$ 480,00 para R$ 435,00, segundo o analista de mercado da Safras & Mercado, Elcio Bento. "Com a entrada da safra da Argentina os moinhos brasileiros tiveram a opção de comprar o trigo do país vizinho’’, destaca Bento. Por conta dos encargos fiscais nos portos marítimos, a tonelada do grão da Argentina chega ao Brasil a US$ 243,00, mas saem a US$ 200,00 a tonelada dos portos argentinos.

Nos últimos 12 meses, o preço da tonelada de trigo acumula alta de 30%. Em dezembro do ano passado estava em US$ 370,00 e hoje em US$ 480,00. Apesar da queda, o trigo deve continuar em alta devido a escassez mundial.

Isso decorre de vários fatores. Um deles é a queda expressiva na qualidade e quantidade do trigo no Brasil, que segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve cair 54,15% entre a safra 2005/06 e 2006/07, de 4,873 milhões toneladas para 2,234 milhões. A produtividade do grão no Brasil foi prejudicada pelo clima seco e geadas no período da floração e frutificação do grão. Além da questão brasileira, o relatório da Safras & Mercado chama a atenção para a produção da Argentina - que deve ficar entre 13 e 14 milhões de toneladas na atual safra, a mesma da safra anterior - que já está quase comprometida com as importações. A perspectiva é de queda da produção em todos os países produtores de trigo. "Dentro deste cenário, os preços internacionais seguirão em níveis recordes", diz a consultoria.

A estimativa é de que a produção mundial na safra 2006/07 chegue a 586 milhões de toneladas, ante 618 milhões na safra anterior. Já o consumo deve aumentar de 610 milhões na safra 2005/06 para 615 milhões na safra 2006/07. Os estoques mundiais já são os menores dos últimos 25 anos.

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