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Colheita do milho atrasa e produtividade é reduzida no Triângulo Mineiro


A colheita de milho, que tradicionalmente acontece na região do Triângulo Mineiro em março, deve começar apenas em abril. O atraso das chuvas prorrogou o plantio, que no ano passado foi feito em novembro e não em outubro. A ausência de chuvas neste período também deve afetar a produtividade das lavouras, que, segundo previsão da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater), terá queda de 4%. Na safra 2001/2002, a produção média por hectare na região chegou a 4,9 toneladas, enquanto neste ano deve ficar um pouco acima de 4,7 toneladas/ha.

Apesar da perda de produtividade, o resultado geral na produção de milho deve ser superior ao da safra passada, afirma o coordenador técnico da Emater, José Rodrigues. O aumento no volume de milho produzido no Triângulo é reflexo do crescimento da área plantada, que passou de 220 mil hectares (2001/2002) para 226 mil hectares (2002/2003). A ampliação da área, segundo o coordenador da Emater, José Rodrigues, pode representar um aumento de 5% no volume de milho colhido na região. A previsão da entidade é que a colheita neste ano chegue a 1,080 milhão de toneladas, enquanto o resultado da safra passada foi de 1,062 milhão de toneladas, segundo o último levantamento feito em meados de fevereiro. Ele reafirmou que as perdas nas lavouras só não foram maiores porque a alta na cotação do produto acabou estimulando os produtores. Em um ano, a cotação do milho praticamente dobrou. Hoje, a saca de 60 quilos está sendo vendida a R$ 20, aproximadamente.

Apesar da possibilidade de perdas nas lavouras, o representante da comissão de grãos da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Lucas Aernoudts, acredita que a safra deste ano deve ser maior que a do ano passado. "Não é possível prever o volume de perdas provocadas pela escassez de chuvas, mas independente disso o produtor que apostou no milho terá um bom ano, com preços estáveis", diz.

Safrinhas

Além da perda de produtividade nas lavouras, neste ano os produtores de milho não farão o plantio do milho "safrinha", que acontece sempre no final de fevereiro para ser colhido em junho. Como a colheita de primeira safra ocorrerá em abril, não há tempo suficiente para o plantio da segunda safra na região, afirma o coordenador da Emater, José Rodrigues. "As chuvas na região se encerram normalmente no início de abril, o que impede um novo plantio agora, que seria muito arriscado", diz.

A produção do milho "safrinha" no Triângulo Mineiro ocupa a cada ano pouco mais de 20 mil hectares. No ano passado, a produção nesse período chegou a 90 mil toneladas. Para este ano, José Rodrigues acredita que a área de cultivo não deve chegar a 1% do normal. Apesar da redução drástica, ele acredita que a situação não deva trazer maiores problemas de abastecimento.

O representante da Faemg, Lucas Aernoudts, também não acredita que a falta do milho "safrinha" possa trazer problemas para outros setores. "Em nosso Estado, a ‘safrinha’ tem pouco importância e, por isso, não deve trazer mudanças nos preços ou de abastecimento", diz.

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