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Colheita na Argentina chegará a 120 milhões de toneladas em 2010

A colheita de soja na safra 2006/07 deve totalizar até 44,5 milhões de toneladas


Reuters - A produção argentina de grãos pode atingir 120 milhões de toneladas nos próximos três anos, em comparação aos 90 milhões de toneladas da temporada atual, disse um dos maiores produtores de soja do país.

Gustavo Grobocopatel, que cultiva 105 mil hectares na Argentina, também previu, durante o Reuters Latin American Investment Summit, um aumento dos preços da soja nos próximos meses por uma menor área plantada nos Estados Unidos.

"A Argentina, que neste ano produzirá mais de 90 milhões de toneladas de grãos, em pouco tempo deve chegar a 120 milhões (de toneladas). Se os preços continuarem como estão atualmente, em três anos. Se os preços caírem, ou os impostos subirem ou aumentar o preço do fertilizante, demorará entre cinco e seis anos", disse o empresário na sexta-feira (16-03).

A Argentina é o terceiro maior produtor e exportador mundial de soja, atrás dos Estados Unidos e do Brasil. O governo argentino estima que na safra 2006/07, a colheita da oleaginosa deve totalizar entre 42,5 milhões e 44,5 milhões de toneladas e, a total, um recorde de 94 milhões de toneladas.

"O aumento do preço do milho fez com que os Estados Unidos (EUA) semeassem mais milho e menos soja. O mercado deve elevar o preço da soja dentro de três ou cinco meses para que o Mercosul amplie a produção de soja e possa abastecer o mundo", disse Grobocopatel.

Analistas estimam que a área destinada ao plantio de soja nos EUA será reduzida neste ano em prol do milho, devido aos preços altos do cereal, provocados pela crescente produção de etanol. O empresário assegurou que, na Argentina, o impacto dos preços mundiais do milho será sentido a curto prazo, porém será limitado por razões estruturais.

"No ano que vem, a área poderia subir até 50 por cento, o problema é que não temos sementes suficientes", completou. Segundo Grobocopatel, a produção poderia chegar aos 30 milhões de toneladas, em comparação às entre 21 e 22 milhões de toneladas estimadas pelo governo para a temporada atual.

Mais área

Grobocopatel destacou que a área agrícola poderia aumentar na Argentina, avançando sobre terras marginais, especialmente em Buenos Aires e Entre Ríos, duas das principais províncias produtoras de grãos. "Este vai ser o impacto nos próximos anos, não só na Argentina como também no Brasil, Paraguai, Venezuela, África, Leste Europeu: as novas fronteiras agrícolas", afirmou.

O crescimento da produção, porém, deve ser acompanhado por investimentos destinados a melhorar a rede de escoamento da produção, já que nos últimos anos especialistas vêm chamando a atenção para os problemas logísticos no transporte da colheita até os portos.

"As prioridades são rodovias, ao menos uns 8 mil quilômetros de rodovias", disse Grobocopatel. A produção de grãos cresce vigorosamente na Argentina em vista dos ganhos na área semeada e de rendimentos maiores. Nos últimos dez anos, o aumento foi de mais de 40%.

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