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Com aumento da safrinha, preço do milho pode cair

Para produtor, recomendação é de realização imediata de barter. Investidor, venda contratos


Algum temor sobre a produção de milho da primeira safra, além de uma pequena demanda adicional de última hora da exportação, fez os preços do cereal subirem 1,30% nesta sexta-feira (08.02), para R$ 38,90/saca em Campinas, segundo a pesquisa diária do Cepea. Com isso houve elevação dos ganhos do mês para 1,22%.

“Diferentes níveis de preços já atingidos pelos preços do milho nos últimos 60 dias úteis [mostram que] houve três tentativas dos preços de atingirem os níveis acima de R$ 40,00, sem sucesso, não conseguindo ultrapassar sequer os R$ 39,00/saca. No entanto, estes preços são lucrativos, se pensarmos que os custos totais de produção da 1ª safra são de R$ 33,91/saca, segundo o Deral-PR, para uma produtividade de 140 sacas/hectare, o que configura um lucro de 15,0%”, explica o analista da T&F Consultoria Agroeconômica.

Projetando para o futuro, porém, o analista Luiz Fernando Pacheco aponta que pode-se esperar uma queda de preços no segundo semestre. Isso, segundo ele, aconteceria se a Conab estiver correta ao prever um aumento ao redor de 2,4% na produção da primeira safra e de 18,1% para a segunda safra.

Com isso, Pacheco recomenda a realização imediata de barter de milho, aproveitando para fixar um pouco mais de volume: “Até, pelo menos, cobrir todo o seu custo de produção ou até mais. Acreditamos que os preços só não irão cair se houver algum risco climático na Safrinha. Se você for um investidor, venda contratos de julho na B3, de São Paulo (mas continue atento, claro)”.

Para ele, esta queda só poderá se acentuar se, no confronto entre as opiniões da Conab e do USDA, prevalecer a do órgão americano no que diz respeito ao volume de exportações do Brasil. “A Conab espera um volume de 31 milhões de toneladas, mas o USDA acredita que serão apenas 29 milhões (como mostra a tabela abaixo, assinalada com uma flecha). Se estas 2,0 MT sobrarem no mercado interno brasileiro, farão pressão adicional sobre os preços, não nos surpreendendo se as cotações caírem aos níveis de R$ 30,00/saca ou ainda menos”, conclui.

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