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Com recorde de chuvas, agricultores perderam até 70% da produção

Alguns legumes e hortaliças ficaram escassos da Feira do Produtor de Cianorte neste início de ano


O mês de janeiro foi atípico em praticamente todo o estado. Isto porque o volume de chuvas, que já é grande no início do ano, registrou valores recordes e prejudicou quem depende do campo para sobreviver. Em Cianorte, o acumulado de chuvas no mês chegou a 256,2 mm, acima da média histórica verificada pelo Simepar, que é de 198,9 mm.

Além de prejudicar o desenvolvimento dos grãos, como soja, milho e feijão, as chuvas atingiram em cheio as hortaliças e fizeram os pequenos produtores da região perderem mais da metade da plantação. “Quem cultivou a céu aberto perdeu praticamente tudo. No caso das culturas folhosas, por exemplo, as que sobraram estão ruins e murchas, porque com tanta chuva e pouco sol as plantas não conseguiram fazer fotossíntese e ficaram saturadas de água; quando o sol apareceu queimou tudo”, explica Emanuel Sordi, técnico agrícola da Secretaria Municipal de Agricultura. 

Segundo ele, a maioria dos 50 produtores que participam da Feira do Produtor local registraram perdas. Os únicos que mantiveram a produção intacta foram os que investiram em estrutura, como Luciano Francisco de Lima. O agricultor trabalha com hortaliças há cerca de 10 anos em Cianorte e investiu na construção de estufas para proteger a lavoura do tempo.

O agricultor dividiu a propriedade de dois alqueires e meio com os três filhos e cada um cuida de uma parte. Neste início de ano, eles comercializaram pepino, pimentão, tomate e abobrinha na feira. André Luís de Lima é responsável pelas estufas de tomate e está orgulhoso com o plantio. “Eu não tive problema nenhum com a minha lavoura. Os tomates estão bonitos, se desenvolvendo bem e sem doenças. Quem plantou no tempo acabou perdendo tudo com a chuva e o vento. Mas aqui já colhemos 500 caixas e como o preço está lá em cima estamos conseguindo uma boa rentabilidade”, afirma.

Além dos prejuízos nas plantações, a chuva também fez estragos nas estradas rurais, aviários e pastos.

PARANÁ

Nesta semana, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) publicou um levantamento geral das lavouras do estado, principalmente de grãos. Segundo o órgão, o somatório de seca no plantio e chuva em excesso na fase de desenvolvimento dos grãos tem atrasado a colheita paranaense e preocupado os agricultores.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, até o último dia 30 apenas 194 hectares de soja haviam sido colhidos na região de Pato Branco. Em todo o Paraná, mais de 5,4 milhões de hectares foram semeados. De milho, apenas 793 hectares foram colhidos, frente ao total de 333 mil. O Deral já reduziu a previsão da safra de soja em 11%, de 3.550 kg/ha para 3.450 kg/ha.

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