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Com seca em Minas Gerais, meteorologista analisa a previsão para safra

Rebanho bovino, que chegava a 3,3 milhões de cabeças, foi reduzido a 1,5 milhão, e a produção de leite caiu 60%


Um levantamento feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater/MG) mostrou que em junho, a estiagem que atingiu o norte de Minas Gerais já era equivalente ao previsto para o mês de setembro, o que significou um período crítico de seca antecipado em três meses. A afirmação foi baseada em dados da situação dos recursos hídricos e das perdas agropecuárias. Em relação à safra agrícola, o levantamento mostra que as perdas nas quatro últimas safras chegam a R$2 bilhões. O rebanho bovino, que chegava a 3,3 milhões de cabeças, foi reduzido a 1,5 milhão, e a produção de leite caiu 60%. As pastagens, que somavam quatro milhões de hectares, foram reduzidas em 70%.

A seca permanece e espera-se que a escassez de chuvas no norte de Minas seja amenizada em 2017, com o enfraquecimento do El Niño, fenômeno natural que provoca o aquecimento da água do oceano no Peru e no Equador, e a chegada da La Niña, fenômeno oposto que gera resfriamento da água do Oceano Pacífico e aumento das chuvas no Brasil.

Segundo Dr. Ruibran Reis, meteorologista do Climatempo, em palestra no dia 29 de agosto no auditório da Sociedade Rural de Montes Claros, a previsão para esta safra é de:

-Mês de Outubro de 2016 com chuva 30% abaixo da média histórica, sendo a média histórica 120 mm.
-Mês de Novembro com chuvas acima da média história.
-Meses de Dezembro/Janeiro/Fevereiro, serão meses secos, máximo de 60mmpara os três meses.
-Meses de Março e Abril, retorno das chuvas.
-Mês de Março com chuvas acima da média histórica.
-Pluviosidade normal para a Região de Montes Claros, norte de Minas Gerais.

-Outubro (2016): 130mm
-Novembro (2016): 250mm
-Dezembro (2016): 300mm
-Janeiro (2017): 180mm
-Fevereiro (2017): 100mm, com veranico de 25 dias.
-Março (2017): 130mm
-Abril (2017): 25mm
-Maio (2017): 10mm
-Demais meses de 2017 sem chuvas.

Para Dr. Ruibran Reis o clima varia por causas naturais, eventos extremos sempre ocorreram, com o clima frio ou quente. O CO2 não controla o clima, não pode ser considerado um “vilão”, pois é o gás da vida.

No verão ocorre redução de 10% a 15% nos totais anuais de dias de chuva. Devido ao aumento populacional, a conservação ambiental é uma necessidade para a sobrevivência da espécie humana, independente da variação climática, explica.

Podemos observar períodos de seca prolongada, como em 1934 e 1940, anos caracterizados pela forte estiagem. Por se tratar de um movimento natural, a interferência do homem tem causado efeitos negativos que são comprometedores para o atual cenário climático.

Foto/divulgação: João Maia – Engenheiro Agrônomo da Prentiss Química

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