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Combate da febre aftosa é meta entre técnicos brasileiros e bolivianos

O intercâmbio entre técnicos brasileiros e bolivianos será reforçado para intensificar a fiscalização


O intercâmbio entre técnicos brasileiros e bolivianos será reforçado para intensificar a fiscalização, na fronteira, com o objetivo de combater e erradicar a febre aftosa.

De acordo com o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), Décio Coutinho, que representou Mato Grosso na reunião, os acordos serão intensificados, além das reuniões bimensal realizadas entre o estado e o órgão de sanidade animal da Bolívia, que serão mantidas para a troca de informações sobre o andamento dos trabalhos.

Representantes oficiais do setor de agricultura e do setor privado agropecuário de 11 países da América do Sul, discutiram e aprovaram a forma de aplicação do teste de sorologia para análise da febre aftosa. Antes, quando era detectado um animal soropositivo, era realizada a sorologia em todo o restante do rebanho. Com a aprovação, determinou-se que a sorologia passe a ser feita em apenas 20% ou 30% do rebanho.

Os dirigentes sanitários discutiram ainda as estratégias do Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phefa) para que, entre 2005 e 2009, a doença esteja erradicada do continente sul-americano.

As estratégias contidas no plano prevêem, dentro de cinco anos, aplicar US$ 48 milhões em todas as ações de envolvimento do programa, com destaque para os recursos nas áreas de persistência da febre aftosa, nas regiões de fronteira e naquelas de risco desconhecido, como é o caso do Brasil, e também recursos para manutenção na prevenção das áreas livres.

A implantação do Phefa permitiu um melhor controle e diminuição nas taxas de morbidade e no número de focos na região sul-americana, onde se concentra boa parte da pecuária comercial do mundo.

Atualmente, 55% dos bovinos da América do Sul encontram-se na condição de livre de febre aftosa com ou sem vacinação, número alcançado com o processo de regionalização e zonificação estabelecidos pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), que permitiu a priorização de importantes áreas, em especial no Brasil.

Os acordos de fronteira para fortalecimento das campanhas de combate e erradicação da febre aftosa entre o Estado de Mato Grosso e a Bolívia foram validados durante a 32ª reunião da Comissão Sul-Americana de Combate à Febre Aftosa (Cosalfa), realizada na última semana em Lima, no Peru.

A reunião da Cosalfa no próximo ano será realizada em Quito, no Equador. A decisão foi consensual, em virtude do país apresentar um grande número de focos de aftosa.

Erradicação e controle

A preocupação dos serviços sanitários e a cadeia pecuária brasileira querem fortalecer as ações para atingir o controle total da doença e livrar o país da condição de vulnerabilidade ainda apresentada em alguns estados que, mesmo livres da aftosa por vacinação, convivem nas zonas de fronteira com outras unidades da Federação ou países que foram classificados como de risco baixo ou médio, apresentando focos da doença nos últimos anos.

Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do país - 26 milhões de cabeças - e há nove anos está reconhecido internacionalmente como livre da aftosa por vacinação, um trabalho que envolve grande monitoramento do rebanho e das condições sanitárias, coordenado pelo Indea e apoiado pela iniciativa privada.

"É um trabalho que não depende somente de nós, pois temos a Bolívia que ainda não conseguiu controlar a aftosa e outros Estados brasileiros que apresentaram casos nos últimos anos e mantém um status sanitário diferente do nosso e faz divisa com Mato Grosso. A preocupação que devemos ter constantemente é de não apenas livrar a área da doença, mas manter sempre essa condição", ressaltou o presidente do instituto, Décio Coutinho

Embargo

A condição sanitária dos países e Estados vizinhos é de constante preocupação do Estado, que teve as exportações de carne para a Rússia suspensas em agosto de 2004, depois da detecção de um foco de aftosa no Pará, Estado ainda não reconhecido como livre de aftosa com vacinação e que não atende o mercado externo. No início deste mês a Rússia suspendeu o embargo para seis estados brasileiros, porém Mato e Tocantins ficou fora da decisão.

Uma missão técnica do Governo Federal foi até Moscou para resolver o impasse. O acordo sanitário Brasil-Rússia prevê que estados vizinhos àquele onde for registrado um foco de aftosa ficarão impedidos de exportar para aquele mercado por até 12 meses. A Rússia foi, em 2004, o maior mercado consumidor de carnes do Brasil, com a compra de US$ 867 milhões, o que representa 14% das exportações totais de carne do Brasil em 2004.

Recursos

No próximo mês, entre os dias 19 e 23, representantes dos serviços sanitários das Américas reúnem-se na Cidade do México, no encontro anual do Comitê Hemisférico de Combate à Febre Aftosa.

Na oportunidade serão discutidas as primeiras aplicações dos recursos do Phefa para as estratégias de controle e erradicação da doença, principalmente, em países ainda endêmicos da América do Sul.

As ações do Phefa para a região fronteiriça de Mato Grosso como a Bolívia prevêem maior intervenção nas áreas de persistência e com debilidades estruturais, a fim de criar um sistema de vigilância epidemiológica extratificado em zonas sanitárias, que venha integrar o Sistema Sanitário Oficial a cadeia pecuária.

Outras importantes ações são o reforço nas condições de biossegurança, vacinação sistemática do rebanho e controle do trânsito de animais. Mato Grosso já atua como parceiro com o país em estratégias conjuntas de campanha contra a aftosa na fronteira.

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