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Começa plantio de algodão da safra 04/05 no Mato Grosso


Pessimismo. Essa é a palavra que melhor define o comportamento do cotonicultor mato-grossense, que começou no início deste mês o plantio da safra 04/05. Os trabalhos no campo mal começaram e eles estão de olho no tempo e com a calculadora no bolso. O pessimismo se justifica pelo excesso de chuva em algumas regiões do Estado.

Em Primavera do Leste (239 quilômetros ao Sul de Cuiabá) - município que integra a região Centro-Sul que concentra 61% da produção estadual - o aumento nos custos da produção e os baixos preços do produto no mercado estão desanimam os produtores, que a exemplo dos sojicultores, vinham colhendo bons resultados nas lavouras e no mercado internacional. Além disso, as perspectivas de exportação não são favoráveis diante do excesso de produção nos Estados Unidos, redução de consumo pela China e desvalorização cambial.

O Brasil deve produzir em 2005 1,3 milhão de toneladas, 450 mil devem ir para a exportação e o restante deve ser consumido no mercado interno. No mundo, a produção é estimada em 20 milhões de toneladas.

Os custos de produção nas lavouras brasileiras ainda estão indefinidos já que dependem da quantidade de aplicação de produtos como herbicidas e inseticidas, mas oscilam entre R$ 4 mil e R$ 4,6 mil o hectare cultivado.

Mas de uma coisa o produtor tem certeza, no final das contas, vai descobrir que os custos aumentaram nesta safra e o dinheiro vai ficar mais curto. Por isso, tem muito produtor defendendo, como nunca, a liberação de variedades de algodão transgênico para reduzir os custos. Segundo eles, em países onde o algodão transgênico é usado, a redução nos custos de produção chega a 30% em decorrência do menor uso de defensivos e inseticidas.

Atualmente, o mercado brasileiro está comprando algodão a R$ 50,18 a arroba e uma das alternativas dos produtores é contar com o governo federal para manter os preços nesses patamares. “Se isso não acontecer, estamos num buraco negro”, prevê o produtor rural Otávio Palmeira, de Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá), que plantou no final de novembro 4,7 mil hectares de algodão na Fazenda São Caetano, em Primavera do Leste. Ele reduziu a área plantada em 30% em relação ao ano passado para plantar soja para a chamada rotação de cultura. Mas esse não é o único motivo, experiente, ele usa a máquina de calcular para planejar despesas de receitas.

O preço mínimo pago hoje pelo governo Federal é de R$ 44,60 a arroba. Em se mantendo, cada hectare de algodão plantado na Fazenda São Caetano deve resultar em 110 arrobas de pluma, o que dá R$ 5,5 mil. Reduzindo-se o custo do hectare (R$ 4,6 mil), ele poderá chegar ao final da safra com um lucro de R$ 845 por hectare. Nada mal. Mas ele próprio ressalta: tudo depende da manutenção do preço mínimo pelo governo federal e de uma boa produtividade na fazenda, onde a incidência das chuvas e a utilização de tecnologia são fatores fundamentais.

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