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Começou nesta terça encontro internacional sobre fumicultura no RS

A diversificação de áreas cultivadas com fumo é um dos temas da IV Reunião do Grupo de Trabalho, em Pelotas


“Plantamos de tudo um pouco para diversificar a produção”, afirma a agricultora familiar catarinense Joreni Feliciano Daros dos Santos, 32 anos. Antes, ela e o marido produziram tabaco durante 18 anos. A diversificação de áreas cultivadas com fumo é um dos temas da IV Reunião do Grupo de Trabalho para os artigos 17 e 18 da Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Controle do Tabaco. O encontro, que começa nesta terça-feira (1) e vai até terça-feira (3), em Pelotas (RS), reunirá representantes de 18 países produtores – China, Turquia e África do Sul, entre outros.

Segundo a secretária-executiva da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco e de seus Protocolos (Conicq), Tânia Cavalcanti, no encontro serão debatidas as experiências dos países participantes e elaboradas propostas para a execução desses artigos.

“O objetivo é reunir as melhores práticas no que diz respeito à diversificação das áreas cultivadas com o tabaco e ambiente e saúde do produtor, promovendo o debate entre os países participantes”, explica Tânia. As propostas serão apresentadas em 2014, na 6ª Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro, que vai ser realizada na Rússia. O modelo brasileiro pode servir como base na aplicação desses artigos do tratado internacional.

Os participantes vão conhecer na prática o Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que, atualmente, apoia mais de 45 mil agricultores familiares das regiões Sul e Nordeste do País.

“Ao sediar esta reunião, o Brasil vai mostrar a experiência e evolução na aplicação dos artigos 17 e 18 do tratado internacional. Vamos apresentar como que esses instrumentos de assistência técnica, pesquisa, crédito e apoio à comercialização têm dado resultados importantes na questão da diversificação em áreas cultivadas com o tabaco”, afirma o secretário da Agricultura Familiar (SAF/MDA), Valter Bianchini. 

Prática

“Paramos de plantar fumo porque o que ganhávamos era para os custos da produção. Adquirimos dívidas e não sobrava nada. Eu também não tinha muito tempo de cuidar do meu filho e tinha vontade de ter outro, mas não queria que as crianças tivessem contato com a produção por causa dos agrotóxicos.”, relata Joreni, que vive com o marido e dois filhos, de 14 e 5 anos, em uma propriedade de três hectares na Vila Santa Catarina, no município de São João do Sul (SC). Atualmente, a família produz hortaliças orgânicas, como alface, brócolis, beterraba, cenoura, repolho, couve-flor, couve-manteiga e agrião.

A Convenção

Desde 2005, o Brasil integra a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), da Organização Mundial da Saúde (OMS), tratado internacional de saúde pública.  A Convenção-Quadro é um compromisso internacional em que os países membros estabeleceram protocolos que visam encontrar culturas alternativas de plantio para os produtores de fumo e, assim, garantir a atividade econômica dessa população. Para coordenar as medidas da CQTC, o governo brasileiro criou a Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco e de seus Protocolos (Conicq), presidida pelo Ministério da Saúde, com participação de 16 outros ministérios.

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