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Comercialização de trigo está paralisada

O motivo é a saída do mercado dos fabricantes de farinha de trigo na tentativa de forçar uma baixa dos preços


A comercialização do trigo está paralisada há alguns dias. O motivo é a saída do mercado dos fabricantes de farinha de trigo na tentativa de forçar uma baixa dos preços. De acordo com o gerente técnico-econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra, a expectativa que é o mercado volte ao normal nos próximos dias e com os mesmos níveis de preços que o produto estava sendo comercializado.

“Nesses últimos dias as vendas de trigo praticamente não ocorreram. Tem tem nenhum motivo que justifique a saída de mercado. Acredito que seja um situação momentânea”, frisa Turra. O trigo está com preços recordes e é um dos mais altos dos últimos 13 anos. O preço médio pago ao produtor no Paraná estava em R$ 34,50 a saca de 60 quilos. Em 2002, esse valor chegou a R$ 36,90, influenciado principalmente pelo dólar valorizado. Naquele ano, a moeda americana valia R$ 3,80, o dobro da cotação atual.

Conforme Turra, o Paraná deverá produzir nessa safra 1,9 milhão de toneladas de trigo. “Até o momento 40% da safra já foi colhida no Estado. O clima seco que prejudicava o início do plantio da safra de verão beneficia a colheita do trigo”, observa.

A produção nacional deve ser de 3,8 milhões. Brasil produz apenas 35% do que consome. Na safra passada, o pais teve de importar cerca de oito milhões de toneladas e com isso fica muito exposto à variação internacional dos preços. Um levantamento do Ministério da Agricultura aponta que a tonelada do trigo argentino custa o equivalente a US$ 708 em São Paulo. No interior do Paraná, o preço da tonelada está US$ 670. A valorização internacional do trigo é motivada pela queda dos estoques mundiais.

Produtividade:

Na região de Campo Mourão o trigo tem apresentado boa produtividade e produto de qualidade. De acordo com o engenheiro agrônomo da Coamo Agroindustrial Cooperativa, Roberto Bueno Silva, o clima ajudou o desenvolvimento das lavouras de inverno. “As áreas que já foram ou que estão sendo colhidas têm apresentado boa qualidade e produtividade. Já as áreas que foram plantadas no final de maio e início de junho foram mais prejudicadas pela seca e deverá sofrer uma redução na produtividade”, salienta. Ele revela que a produtividade está oscilando 100 até 150 sacas por alqueires.

Silva lembra que as lavouras de inverno estão passando por bons momentos em relação aos preços e produtividade. Porém, ele ressalta que os produtores rurais não podem esquecer que não é uma situação comum para as culturas de inverno. “Gostaríamos que esse cenário se repetisse todos os anos. Mas, os produtores tem que planejar as próximas safras levando em conta as médias históricas de preços e produtividade do trigo. Esse ano não está sendo comum e situações como essa ocorre dois ou três anos a cada década. O produtor não pode trabalhar com esse cenário atual”, observa o engenheiro agrônomo.

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