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Comercialização do café reúne muitos participantes em Cabo Verde

Curso de Comercialização de Café do Senar Minas tem transformado a visão de muitos produtores

Com um ano de aplicação, o Curso de Comercialização de Café do Senar Minas tem transformado a visão de muitos produtores e os motivados a enfrentar um mercado com ações mais profissionais. Esta é uma das respostas encontradas no município de Cabo Verde, onde a capacitação foi realizada pela primeira vez e, novamente, no mês de abril, reuniu grande número de produtores e parte da equipe do Núcleo da Cooxupé do município.

O município de Cabo Verde foi o primeiro a receber esta capacitação. “O Sindicato Rural de Cabo Verde acreditou na qualidade deste curso e na importância para o produtor de entender sobre o seu papel no mercado. Novamente, o Sindicato Rural divulga esse trabalho junto aos técnicos da Cooxupé, possibilitando a divulgação do curso para todos os cafeicultores do município, o que consequentemente aumentará o número de produtores capacitados nesta área”, ressaltou o gerente do Senar no regional de Passos, Rodrigo de Castro Diniz.

O conteúdo do curso surpreendeu o gerente da Cooxupé, José Francisco Garcia, um dos alunos. Segundo ele, o curso foi muito além do que esperava. Garcia destacou a didática do instrutor Marcelo Duque. “A abordagem do Marcelo é fantástica, pois nos mostra o que o mercado busca e o que é necessário para ter preços melhores pela saca de café, enfocando todo o trabalho de produção. Esse curso é muito importante para a educação do produtor rural”.

Garcia ressalta que a capacitação mostra ao produtor que não é só aumentar a produção para se ganhar mais. “É preciso ter qualidade e observar o que o mercado busca naquele momento. Atualmente o produtor tem ferramentas novas para o seu trabalho, é preciso usá-las”. Entre o público ele destaca a participação das produtoras rurais, que estão entrando na cafeicultura e buscam a qualificação.

A preocupação em oferecer ao produtor ferramentas para que ele possa trabalhar com eficiência foi um dos principais elementos no momento de criação deste curso. “Quando nos reunimos para elaborar o conteúdo deste curso, eu e o Rodrigo Diniz, nos preocupamos sobre o que iríamos oferecer ao produtor. O consenso foi que a comercialização começa da porteira para dentro. Com este conceito, focamos a questão de riscos e no intuito de gerenciá-los na qualidade como na comercialização. Associamos este conteúdo a ferramentas administrativas e de marketing que o mercado nos oferece”, ressaltou Marcelo.

O instrutor ressalta que a qualidade sai de dentro da propriedade. “O produtor fazendo essa qualidade e sabendo o histórico do que realmente produz, vai para o mercado usando os mecanismos que mostramos no curso e que oferecem noções para que a média final de preço de comercialização seja aumentada gerando a lucratividade”.

Porteira adentro

O produtor Moabe Santos de Souza foi um dos participantes que saiu motivado da capacitação. Segundo ele, todo produtor precisa ter esses conhecimentos de comercialização.  “O Marcelo Duque foi muito feliz na sua colocação. Ele nos faz entender todo o manejo do café, o que interfere na qualidade do produto e o que é mercado. Mais do que isso ele nos mostra o quanto é importante trabalhar com o ‘pé no chão’, entender o mercado e o custo real da nossa produção, do nosso produto”.  Moabe ressaltou que não tinha conhecimento nenhum sobre mercado futuro e que a capacitação o motivou a trabalhar para a produção de cafés especiais.

“A maioria dos produtores tende a buscar o preço mais alto, mas a gente sabe que o mercado financeiro pode nos enganar. Existem tendências que podem nos direcionar, mas não controlamos fatores que podem influenciar o mercado”, ressaltou Marcelo sobre as questões de mercado. Ele também destacou os momentos onde o produtor, com a ânsia de querer vender, acaba perdendo o feeling e vendendo o café em momentos piores. “Muitas vezes ele espera uma dívida ‘bater na porta’ para vender o café. Nem sempre esse é o melhor caminho. Nós mostramos que existem ferramentas para serem gerenciadas no contexto geral da propriedade, que podem deixá-los mais tranquilos. Mostramos o que ele pode assumir de risco, e o que não pode assumir. Percebemos que o produtor sai do curso com uma nova visão da cafeicultura, pois adquiriu novos conhecimentos e revisou o que já conhecia para atuar de forma mais profissional”, finalizou o instrutor.

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