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Comissária viaja aos EUA para pedir reformas agrícolas no país

A comissária de Agricultura européia tentará convencer as autoridades americanas para que impulsionem cortes maiores


A comissária de Agricultura européia, Mariann Fischer Boel, viajará na próxima semana a Washington para pedir ao Governo dos Estados Unidos que aumente suas reformas agrícolas, a fim de diminuir os subsídios e propiciar um acordo dentro da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Fischer Boel visitará os EUA nos dias 8 e 9, onde "tentará convencer" as autoridades americanas, para que impulsionem cortes maiores às ajudas dadas a sua agricultura e que distorcem o comércio, informaram hoje fontes comunitárias.

A comissária se reunirá com a responsável pelo Comércio dos EUA, Susan Schwab, e com o secretário de Estado para a agricultura, Mike Johanns, assim como com membros do Senado e da Câmara de Representantes do país. Fischer Boel e o comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, são os chefes negociadores da UE perante a OMC.

A viagem acontece poucos dias depois de ter começado a se restabelecer, em Genebra, as negociações da Rodada de Doha para a liberalização do comércio mundial e também, após a apresentação esta semana das propostas do Governo dos EUA para renovar sua lei agrícola (em inglês Farm Bill).

A Comissão Européia (CE) considera que as propostas para a nova legislação americana - que ainda deve ser aprovada pelo Congresso dos EUA - são "insuficientes" para propiciar um compromisso dentro da Rodada de Doha, porque os cortes nos subsídios agrícolas são poucos.

"Não posso dizer que esteja muito impressionada (sobre as propostas para a Farm Bill); se queremos um resultado bem-sucedido na rodada, os EUA terão que propor rebaixamentos mais ambiciosos nos subsídios internos que distorcem o mercado", manifestou Fischer Boel em discurso divulgado hoje em Bruxelas.

A comissária assinalou que o projeto da Administração americano inclui mudanças "muito modestas" nas ajudas que alteram o comércio internacional e que "não toca" certas "medidas-chave" em favor dos setores de açúcar e leite, que distorcem o mercado.

Nas negociações da Rodada de Doha, que começaram em 2001 a fim de aprofundar a liberalização comercial mundial, os europeus e os países em desenvolvimento reivindicam aos EUA que corte seus subsídios internos; os estados emergentes pedem à UE que aumente o acesso a seus mercados.

A comissária defenderá em Washington que os EUA "faça uma reforma maior nas suas ajudas, como ocorreu na Europa", segundo as fontes comunitárias. Mostrará o alcance das reformas já efetuadas pela UE, com a revisão de sua Política Agrícola Comum (PAC), para que as subvenções distorçam menos o comércio.

As propostas americanas para renovar sua legislação agrícola incluem cortes aos agricultores mais ricos do país e fazem parte do plano do Governo para reduzir as despesas para o setor agrícola em cerca de US$ 18 bilhões nos próximos cinco anos.

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