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Comitê elabora plano de controle biológico para Mato Grosso do Sul

  Mato Grosso do Sul enfrenta vários problemas de pragas e doenças nas lavouras e na pecuária


Pragas e doenças de plantas, animais e microrganismos causadas por agentes biológicos diversos têm grande impacto na produtividade agropecuária e agroindustrial, tanto nos custos de produção quanto na saúde humana e animal, além de trazer eventuais impactos negativos ao meio ambiente pelo emprego sistêmico de agroquímicos.
 
Mato Grosso do Sul enfrenta vários problemas de pragas e doenças nas lavouras e na pecuária. Hoje um problema considerado emergencial é o controle da mosca-dos-estábulos, que atinge diretamente os produtores de carne e de leite com prejuízos que variam entre 20% e 50%, além de atingir a cadeia produtiva da indústria sucroalcooleira. O Estado tem registro de vários surtos e a Embrapa Gado de Corte tem atuado no monitoramento destes episódios.  Pesquisadores trabalham no desenvolvimento de tecnologias que possam controlar o problema e uma delas se baseia no controle biológico.
 
Preocupados com isso, instituições de pesquisa e desenvolvimento foram selecionadas pelo envolvimento de seus trabalhos com o tema controle biológico de pragas e doenças ou por representarem as cadeias produtivas do Estado, para formação de um Comitê e elaboração de um Plano de Controle Biológico para Mato Grosso do Sul.
 
Profissionais e pesquisadores da Embrapa Gado de Corte e Embrapa Agropecuária Oeste, Fundação-MS, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar (SEPAF), finalizaram o documento e no início de dezembro fizeram a entrega oficial ao Secretario de Produção e Agricultura Familiar, Fernando Mendes Lamas, apresentando ações prioritárias e metas a serem atingidas a curto, médio e longo prazo, que foram levantadas diretamente das cadeias que cuidam da produção de alimentos, energia e fibras do Estado.
 
Conforme explicou o professor Ruy Caldas, da UCDB, que coordenou o comitê, o trabalho foi minucioso e além dos representantes da primeira formação, teve importante auxilio no levantamento das potenciais tecnologias de controle biológico e de manejo integrado de pragas e doenças, de profissionais de diferentes instituições de ciência e tecnologia (ICTs) do Estado e de referência nacional, além de empresas do setor privado demandante de tecnologias.
 
Segundo Ruy, as visões e as demandas do setor privado, os potenciais de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) das ICTs, tanto estaduais quanto nacionais e as tecnologias em fase de validação, também estão apresentadas no plano, bem como as experiências de sucesso na utilização do controle biológico de pragas e doenças. Para ele a qualidade dos profissionais envolvidos dá a dimensão do projeto entregue ao secretário.
 
A Chefe Adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Corte, Lucimara Chiari, destacou a importância do modelo de gestão, apresentado pelo comitê. No formato de parceria-público-privada, ao se colocar o plano em prática, a população recebe benefícios diretos, resultado da diminuição do uso de produtos químicos nas lavouras.
 
Para o Secretário Fernando Mendes Lamas existe uma grande preocupação com o aumento do uso de agrotóxico que impactam diretamente nos custos de produção e na resistência dos produtos disponíveis no mercado. "Usar inimigos naturais das pragas e de vetores de doenças, de modo a controlar a população mantendo um equilíbrio no sistema é a única forma de revertermos essa situação. Um plano de controle biológico é fundamental para que essas transformações possam começar a acontecer", completou Lamas. Para ele, o estabelecimento de politicas públicas que possam contribuir para o aperfeiçoamento dos mercados que suprem insumos, no caso específico para a agropecuária nacional, é papel do Estado brasileiro, e missão de Estados produtores, como é Mato Grosso do Sul.
 
Participaram do ato de entrega do Plano, além do Secretário Fernando Lamas, a Chefe Adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Corte, Lucimara Chiari; o Professor Ruy Caldas, da UCDB; Jolimar Schiavo, da Fundect; Fabricio Fagundes Pereira, da UFGD; o Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste, Harley de Oliveira; Marina Dobashi e Filipe Portocarrero, da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro); Dito Mario, da Reflore; Juliana Fernandes, da SFA/Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA); Francimar Perez da Silva e Edwin Baur, da Sepaf e Bianca Correa, da Uniderp.

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