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Commodities vão subir nos próximos três anos

A redução dos estoques mundiais de trigo e milho deve proporcionar os ganhos


Há uma clara tendência de aumento dos preços das commodities agrícolas para os próximos três anos, acredita o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. Para ele, a recuperação das cotações reflete, principalmente, a redução dos estoques mundiais de trigo e milho. Segundo Rodrigues, que participou nessa segunda-feira (13-11) do Fórum de Líderes Empresariais, em São Paulo, a tendência é favorável aos preços mundiais. Isso se deve à redução da capacidade produtiva agrícola em países importantes, no que inclui o Brasil.

A reação dos preços não será suficiente para recuperar as perdas dos produtores rurais verificadas nos últimos cinco anos, quando o prejuízo, segundo estima, foi de R$ 30 bilhões. O ex-ministro diz que esse fator ocorreu por uma conjugação de fatores. Entre eles estão a depreciação do dólar ante o real e o clima desfavorável à agricultura. Isso, diz o ex-ministro, deixou os produtores descapitalizados e sem capacidade de fazer novos investimentos.

Para evitar os ciclos climáticos negativos à agricultura, Rodrigues diz que o Brasil precisa implementar as políticas "anticíclicas", como o fundo de catástrofe - que está parado no Congresso Nacional - para dar segurança e estimular o campo.

De acordo com o ex-ministro, parte das medidas ainda está pendente e precisa ser implementas. "A idéia foi criar estrutura e os instrumentos necessários para garantir o futuro da agricultura e resolver as questões anticíclicas??, complementa. Ele acredita que as medidas "anticíclicas" só devem implementadas em sete ou oito anos.

O setor agrícola, segundo o ex-ministro, precisa ter planejamento estratégico e contar com a integração nas três esferas de governo. Ele lembra ainda que as negociações dentro do governo são complexas, uma vez que as prioridades dos ministros são diferentes e pressupõem tempo e disposição para negociá-las.

Rodrigues diz ainda que os países em desenvolvimento como o Brasil precisam compreender a cultura dos países desenvolvidos para avançar nas negociação internacionais. "Quando vamos discutir na Organização Mundial do Comércio (OMC) ou com a União Européia é preciso entender os fatores (defesas) que estão por trás desses países ricos?, diz.

O ex-ministro disse que as condições macroeconômicas estão dadas para o desenvolvimento do Brasil. Com isso, de acordo com ele, no segundo mandato do atual governo, há espaço para uma reforma tributária e redução de juros, o que poderá surtir efeito no câmbio.

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