Como a guerra afeta o agro catarinense?
Setor de maçãs será o mais afetado
De acordo com Rogério Goulart Junior, analista de socioeconomia do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Cepa), a guerra no Leste Europeu pode afetar o agronegócio de catarinense. Isso porque os russos são responsáveis por 24,5% das receitas geradas pela exportação de maçã fresca de Santa Catarina.
Segundo Rogério, “no mercado internacional, o sistema financeiro projeta aumento da inflação nos países, resultante do aumento nos preços dos produtos agrícolas e redução na oferta do petróleo russo e fornecimento de gás natural para a Europa”. Ele chama atenção ainda para a tendência de elevação na taxa de juros internacionais. “No fluxo de comércio mundial, os preços de fretes, contratos e oferta de containers.
A Rússia é atualmente o principal destino da maçã catarinense e foi responsável por 24,5% do valor exportado por Santa Catarina em 2021. “No Brasil, os efeitos econômicos do conflito já começam a ser sentidos pelo aumento dos preços do petróleo, dos insumos agrícolas e dos valores das principais commodities agrícolas, o que impacta na elevação do preço da cesta básica e no custo de vida da população”, descreve o profissional da Epagri/Cepa.
Além disso, do total de fertilizantes importados, 12,8% é originário da Rússia, da Ucrânia e de Belarus. “Embora o conflito envolva diretamente apenas Rússia e Ucrânia, a análise incluiu também Belarus, já que o país tem sido alvo de sanções internacionais e é um importante exportador de fertilizantes”, explica Rogério.
“Caso se confirmem as projeções de dificuldades na importação de fertilizantes, espera-se a elevação dos custos desse insumo, o que pressionaria os custos de produção das lavouras, resultando em prováveis aumentos de preços, especialmente dos grãos, com reflexos nos custos da produção animal”, avalia.