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Como controlar a Ferrugem Asiática com silício

Uso do nutriente minimiza os efeitos da doença na soja


Foto: Eliza Maliszewski

A Ferrugem Asiática pode ser manejada por um leque de opções de fungicidas que há no mercado. Causada pelo pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, um micoparasita pertencente ao gênero Acremonium. Os micoparasitas podem estabelecer dois tipos de interações com a planta: necrotróficas ou biotróficas. 

Enquanto na interação na interação necrotrófica o parasita destrói a célula hospedeira, na interação do tipo biotrófica, o fungo obtém nutrientes de células vivas, com pouco ou nenhum dano aparente para o hospedeiro, sendo a última o caso do fungo P. pachyrhizi

Geralmente, a invasão é freqüentemente iniciada por meio do enrolamento ou penetração direta das hifas, que são estruturas que permitem o desenvolvimento dos fungos. Devido a facilidade de dispersão, a Ferrugem Asiática não respeita fronteiras agrícolas. Isso faz com que países vizinhos do Brasil, como Bolívia e Paraguai, possuam um grande efeito na disseminação do fungo via correntes aéreas, por apresentarem um ciclo cultural em épocas anteriores ao do nosso país. 

Para o controle da doença, são utilizados dados vindos de pesquisas realizadas no Brasil inteiro e várias estratégias de manejo são tomadas baseadas na realidade do agricultor e visando o melhor controle da doença. Dentre essas estratégias de manejo da Ferrugem Asiática destacam-se: 

·        Fazer vazio sanitário de acordo com a sua região de produção; 

·        Utilização de cultivares precoces de soja; 

·        Realizar a semeadura no início da época recomendada para a sua região; 

·        Uso de cultivares com gene(s) de tolerância; 

·        Uso de fungicidas sempre revezando o princípio ativo. 

O controle químico com o uso de fungicidas é uma das estratégias mais utilizadas pelos agricultores dentro do Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIP). Mas como utilizar esses produtos de maneira responsável e eficiente? 

Os fungicidas fazem parte do controle químico, um dos cinco pilares do Manejo Integrado de Pragas e Doenças, também conhecido como MIP. Ou seja, a utilização dos fungicidas de forma isolada pode não ser eficiente para o controle efetivo da doença e sempre deve estar atrelado as demais técnicas de controle preconizadas pelo MIP, sendo eles: 

·        Controle biológico; 

·        Controle cultural; 

·        Controle genético; 

·        Controle varietal. 

Os produtos utilizados para controle químico possuem diferentes princípios ativos com mecanismos específicos de ação para controlar o fungo. Dessa forma, por mais que exista uma diversidade aparente de marcas e produtos, o mesmo não acontece com os princípios ativos. 

Os princípios ativos se referem a substância que exerce os efeitos esperados com o produto e geralmente a falta de entendimentos dos agricultores e profissionais da área, criam a conhecida resistência de pragas e doenças. 

O conceito é bem simples: Se aplicarmos sempre o mesmo princípio ativo, podemos acabar selecionando os fungos mais resistentes, eles vão se reproduzir, e na próxima safra esse mesmo fungicida perderá a eficiência de controle. 

A importância de utilizar diferentes princípios ativos de fungicidas no controle da ferrugem asiática da soja é justamente uma orientação do FRAC. Dados do FRAC sobre a safra 2007/08, demonstraram que foi detectada menor sensibilidade do fungo causador da ferrugem-asiática aos “triazóis”. Os trizóios são um dos três principios ativos disponíveis no mercado que aparecem na bula do produto, sendo eles os: 

·        Inibidores de desmetilação (IDM, "triazóis"); 

·        Inibidores da Quinona externa (IQe, "estrobilurinas"); 

·        Inibidores da Succinato Desidrogenase (ISDH, "carboxamidas").  

Já na safra 2013/14, foi observada a redução de eficiência das estrobilurinas. Nessa mesma safra foram registradas as primeiras misturas de fungicidas estrobilurinas e carboxamidas para a cultura da soja. Em seguida, na safra 2016/17, alguns fungicidas com carboxamidas apresentaram redução de eficiência nos ensaios cooperativos, em relação aos resultados da safra anterior, em regiões específicas. 

As diversas pesquisas e dados levantados pela FRAC estabelecem uma relação direta entre a resistência do fungo e a aplicação de produtos sem variação dos princípios ativos, que consequentemente vem aumentando a ocorrência da doença. Assim, a partir de 2008, a utilização de produtos isolados passou a não ser indicada, em decorrência da sua menor eficiência. 

Com isso,para garantir um controle efetivo da Ferrugem Asiática da Soja, os agricultores e profissionais da área devem optar pela utilização de fungicidas com diferentes princípios ativos e ainda buscar por outras técnicas de manejo complementares, contemplatadas pelos outros pilares do Manejo Integrado de Pragas e Doenças. 

Dentre as demais técnicas de manejo que já comprovaram sua eficácia no combate da ferrugem asiática, destaca-se o uso do silício, reconhecido como um elemento benéfico para as plantas em 2015.  Um dos principais danos que a ferrugem asiática causa nas plantas, é a redução da taxa fotossintética em decorrência dos danos causados nos tecidos foliares. Como consequência, a planta tem sua capacidade de converter a luz solar e os nutrientes absorvidos em energia comprometidos. 

E é nesse ponto que o Silício teve sua ação, aumentando os níveis de substâncias pigmentantes que são importantes para a fotossíntese das plantas e reduzindo os efeitos dos sintomas da Ferrugem Asiática. O agricultor passa então a ter os fertilizantes ricos em silício, como outra ferramenta para garantir o controle efetivo da Ferrugem Asiática da soja. 

* com informações de assessoria de imprensa Verde Ag

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