CI

Como evolui no decorrer do tempo o peso do frango vivo

Dados do IBGE divulgados na semana passada


Os dados do IBGE divulgados na semana passada mostrando o número de cabeças de frango abatidas no decorrer dos seis primeiros meses de 2018 e o peso, em carne, delas decorrente apontou que, de uma forma indireta, a greve dos caminhoneiros influenciou o peso das aves processadas em junho. Pois, com os abatedouros paralisados no final de maio, expressivo volume de frangos permaneceu nas granjas além da idade de abate ideal. Daí o peso médio do mês seguinte ter superado a marca – inédita - dos 2,5 kg por cabeça abatida.

Esse foi, naturalmente, um caso excepcional. O que não impede de considerar que pode se tornar ocorrência rotineira entre 2019 e 2020. Basta observar a evolução do peso médio no decorrer dos últimos dois anos (gráfico abaixo).

Ou seja: ainda que o resultado de junho tenha sido impactado pelo movimento caminhoneiro, a realidade é que nos dois meses anteriores (abril e maio) o peso médio registrado já havia superado (pela primeira vez nos cálculos efetuados a partir dos dados do IBGE), a marca dos 2,4 kg.

Mas não é só: nos resultados divulgados pelo IBGE estão contidos, também, os “grillers” exportados e os galetos consumidos internamente – aves com, no máximo, 1,5 kg e que representam pelo menos 10% do total de cabeças abatidas. Pois deduzam-se “grillers” e galetos dos abates apontados e se concluirá que os demais 90% já estão próximos ou podem até superam o peso médio de 2,5 kg.

É verdade que alguns dos resultados observados são afetados pelo mercado. Assim, por exemplo, a forte elevação de peso ocorrida em maio de 2017 foi registrada, não por coincidência, em meio aos desdobramentos da Operação Carne Fraca e a outro escândalo ocorrido no mês. Já as baixas de peso ocorridas em dezembro de 2016 e de 2017 são reflexo da demanda natalina: o que está em criação não fica muito tempo nas granjas, vai logo para o abate.

Independentemente, porém, das excepcionalidades, é notório que o peso médio vem evoluindo num crescendo rápido e contínuo. E isso precisa ser considerado ao serem definidos os volumes a produzir, criar ou abater, pois o número de cabeças deixou de ser parâmetro ideal. O que vale agora é o peso final.

Isso, aliás, adquire importância capital naquelas situações em que a demanda apresenta retração – como agora quando, além da queda nas exportações, também é observada queda no consumo interno. Sob tais circunstâncias, os esforços pela adequação através da redução da produção acabam totalmente neutralizados pelo ganho de peso. 

E os últimos números do IBGE confirmam. Pois apesar de o número de cabeças abatidas ter decrescido mais de 2,5% no primeiro semestre de 2018, o volume de carne de frango delas decorrente aumentou mais de 1,3%.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.