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Como foi a semana de commodities

As real produtividade da safra norte-americana de milho permanece uma incógnita


Por: Gilda Bozza, economista do DTE/FAEP

Análise semanal resumida dos mercados externo e interno

Mercado externo

O avanço da colheita da soja e milho nos Estados Unidos, exercendo pressão sazonal nos preços internacionais e as condições climáticas favoráveis ao plantio da safra 2012/13na América do Sul, foram os fatores que pressionaram as cotações na Bolsa de Chicago.


O ritmo acelerado da colheita norte-americana, alcançando 41% na soja e 54% no milho, é superior à média histórica e à medida que entra o produto no mercado, mesmo com a quebra da safra em função da estiagem e o quadro ajustado de oferta e demanda mundial, os preços tendem a baixar.

O quadro financeiro na zona do euro é um fator constante de preocupação, com as greves na Grécia e a tensão na Espanha.

Soja

O período de 01.10 a 04.10 foi marcado pela desvalorização da soja e pelo intenso ritmo de realização de lucros, com os investidores vendendo as posições e a soja alcançando o menor preço dos últimos três meses. Os preços internacionais saíram da casa de US$ 16,00 por bushel para US$ 15,30 por bushel. Na quinta-feira, após dias seguidos operando no vermelho, o bom desempenho das exportações norte-americanas de soja e o quadro técnico, devolveu força aos preços internacionais. O contrato para o primeiro vencimento, novembro/12, fechou em US$ 34,26 por saca, equivalente ao dólar médio, a R$ 69,27 por saca, uma alta de US$ 0,43/saca. Para março/13 o referencial foi de US$ 32,87 por saca. A variação negativa, no período, foi de US$ 0,19 por saca.

A Bolsa de Cereais da Buenos Aires projeta a maior área da história com soja, com previsão de área cultivada de 19,7 milhões de hectares, impulsionada pelos preços do grão no mercado internacional.

Milho


As indagações quanto a real produtividade da safra norte-americana de milho permanecem uma incógnita. A colheita segue em ritmo acelerado. Os preços, em plena colheita resistem a maior pressão e se mantém no entorno de US$ 17,87 por saca, na Bolsa de Chicago. O período foi de oscilação, capitaneado pelo mercado da soja que apresentou as maiores quedas, influenciado pela pressão sazonal. No mercado do milho, os contratos para dezembro/12 fecharam a quinta-feira (04) com preços mais altos, cotados a US$ 17,88 por saca, correspondente ao dólar médio, a R$ 36,09/saca. Para março/13 o referencial foi igualmente de US$ 17,88 por saca.

Trigo

A seca no Hemisfério Norte prejudicou a safra de trigo na Rússia, Ucrânia e Cazaquistão. Para o Cazaquistão a estimativa de produção para a safra nova é de 10,5 milhões de toneladas contra 22,7 milhões de toneladas da safra 2011/12. O mercado trabalha com a possibilidade de o governo russo barrar as exportações de trigo. Já a produção de trigo na Austrália tem previsão de 24 milhões de toneladas contra 29,5 milhões de toneladas da safra passada.

Os altos e baixos nos preços também atingiram o mercado do trigo na Bolsa de Chicago. Os contratos para dezembro/12 encerraram a quinta-feira (04), cotados a US$ 19,13 por saca, correspondente a R$ 38,62/saca. Já os contratos para março/13 fecharam cotados a US$ 19,37 por saca.


Mercado Interno

No mercado paranaense, o preço da soja acompanha a queda em Chicago, com preço médio estadual, segundo a SEAB, de R$ 67,92 por saca, recuo de R$ 1,93 por saca. O mês de setembro fechou com média de R$ 73,92 por saca.

Para o milho, a média diária estadual apurada foi de R$ 24,29 por saca. Já a média mensal de setembro foi de R$ 24,78 por saca, menor do que a registrada em agosto (R$ 26,60/saca).

Para o trigo, o preço médio diário recuou, passando para R$ 34,15/saca. O preço médio de setembro foi de R$ 34,02 por saca, aumento de 12% sobre o preço praticado em agosto (R$ 30,40/saca).

Exportações do Agronegócio Paranaense

Os dados da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura (MAPA) mostram que de janeiro a agosto de 2012, as exportações do agronegócio paranaense cresceram 2,7% (superior ao crescimento do agronegócio brasileiro, em igual período de 1,7%), passaram de US$ 8,50 para US$ 8,73 bilhões, relativamente a igual período de 2011. A participação do agronegócio paranaense nas exportações totais do Paraná representa 73%. Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações paranaenses do agronegócio de janeiro a agosto de 2012 representaram 13,4%. Os principais agregados (complexo soja, carnes, sucroenergético, produtos florestais) somam US$ 7,46 bilhões, significando 85% da pauta das exportações do agronegócio estadual.

Já as exportações totais do Paraná, no mesmo período, apontam uma elevação de 3,5%. Passaram de US$ 11,54 para US$ 11,95 bilhões. As importações somaram US$ 12,91 bilhões. Com isso, o saldo da balança comercial paranaense foi deficitário em US$ 961 milhões.

O complexo soja (grão, farelo, óleo bruto e óleo refinado), apontou uma elevação na receita 9,4% isto é, passou de US$ 4,02 para US$ 4,40 bilhões. O complexo foi responsável por 50,4% do total exportado pelo agronegócio paranaense. Já as exportações de soja em grão, carro chefe das exportações paranaenses, cresceram em função do maior preço no mercado internacional (passando de US$ 475,38 para US$ 511,48 por tonelada) e maior volume embarcado. Com isso, a receita somou US$ 2,96 contra US$ 2,47 bilhões em igual período de 2011. O volume embarcado passou de 5,19 para 5,79 milhões de toneladas.

O agregado carnes (aves, bovina, suína e outras) aponta uma receita de US$ 1,551 bilhão, no acumulado janeiro-agosto de 2012 e responde por 17,4% das exportações do agronegócio paranaense, ocupando o segundo lugar. As exportações de carne de frango (in natura e industrializada) somaram US$ 1,24 bilhão. Nas exportações de carne bovina a receita obtida foi menor caindo de US$ 38 milhões para US$ 28 milhões. As exportações de carne suína totalizaram US$ 91 milhões e volume embarcado de 39 mil toneladas.


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