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Como o excesso de cloro pode prejudicar as raízes

As raízes são a porta de entrada dos nutrientes para os vegetais


Foto: Eliza Maliszewski

As raízes são a porta de entrada dos nutrientes para os vegetais e têm um papel muito importante no ecossistema do solo, contribuindo para a manutenção da matéria orgânica e dos microrganismos presentes nele. Porém, alguns compostos presentes nos fertilizantes, como o cloro, podem prejudicar as raízes das plantas. 

A interação do cloro com o ecossistema do solo 

Com um ponto de ebulição abaixo de 0°C, o cloro é um elemento químico encontrado, sob condições normais, na forma de um gás de coloração amarelo esverdeada. Sua forma sólida é encontrada geralmente associada a outros elementos químicos, como o Cloreto de Sódio (NaCl) o composto mais comum de cloro conhecido desde os tempos antigos. 

Na agricultura ele está presente principalmente em fertilizantes potássicos, como o Cloreto de Potássio (KCl), que quando aplicados no solo liberam o cloro sob a forma de um íon de carga negativa (Cl-), denominado ânion.  

Como o cloro é um elemento químico essencial para o ciclo de vida da planta, por estar envolvido em seus processos metabólicos. Ele é classificado como um micronutriente e tem sua disponibilidade no solo afetada por diversos fatores, como o pH. 

Naturalmente, a condição de acidez nos solos brasileiros é encontrada principalmente na região do cerrado, em razão dos maiores teores de alumínio e escassez de elementos com cargas positivas, como o cálcio, magnésio e potássio. Dessa forma. a grande disponibilidade do cloro atrelada a sua elevada solubilidade e mobilidade, tornam a condição de excesso uma situação muito recorrente. Além disso, o uso de fertilizantes com altas concentrações de cloro, como o Cloreto de Potássio (KCl), agrava ainda mais essa condição. 

Os impactos negativos do excesso de cloro nas plantas 

Os impactos negativos do excesso de cloro no solo estão relacionados ao efeito osmótico e ao efeito tóxico direto que esse elemento exerce sobre a planta. Esses efeitos são mais intensos principalmente no sistema radicular, uma vez que ele é o órgão especializado da planta para absorção de nutrientes. 

Os mecanismos bioquímicos e fisiológicos que contribuem para a tolerância da planta a esses efeitos ainda são pouco conhecidos e o seu limite de tolerância vai depender de fatores, como: 

Concentração dos íons no solo; 
Tempo de exposição; 
Estádio de desenvolvimento das plantas; 

O efeito osmótico corresponde ao processo pelo qual a água se desloca de um meio menos concentrado para um meio mais concentrado através de uma membrana semipermeável. Em um sistema agrícola, a solução do solo e da planta são dois meios diferentes separados pela membrana celular semipermeável do tecido vegetal da raiz. 

Em condições de elevada concentração de cloro na solução solo, o efeito osmótico faz com que a água se desloque para fora do vegetal através das raízes e criando o chamado estresse salino. 

O estresse salino ocorre quando o excesso de sais solúveis no solo afeta a absorção de água e nutrientes pelas plantas e pode levar a: 

Seca fisiológica da planta provocada pela redução do potencial osmótico; 
Desbalanço nutricional devido à elevada concentração iônica; 
Inibição da absorção de outros nutrientes, como o potássio e o cálcio; 
Redução da população de microrganismos do solo. 

As consequências do estresse salino podem afetar tanto diretamente quanto indiretamente a produtividade e a qualidade das culturas. No artigo Tolerância das Plantas a Salinidade: Aspectos Fisiológicos, as doutoras Lilia Willadino e Terezinha Rangel Camara, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, explicam que a maioria das plantas cultivadas são glicófitas, ou seja, possuem baixa tolerância ao excesso de sais no solo e destacam:  

“Nas raízes, assim como nas folhas, a redução do crescimento imediatamente após a indução do estresse [salino] é consequência exclusivamente de alterações nas relações hídricas da célula.” 

Já uma consequência mais indireta do estresse salino pode ser evidenciada no menor aproveitamento de nutrientes pelas culturas, devido a redução da população de microrganismos benéficos do solo. 

O menor desempenho nutricional das culturas se refle em parte pelo papel que alguns microrganismos tem para solubilizar e fixar os nutrientes no solo. Na revisão literária Otimização da eficiência nutricional na produção das culturas, o autor Nand Kumar Fageria aponta a colonização do sistema radicular por micorrizas e bactérias que fixam o nitrogênio no solo como uma característica morfológica desejável para o uso eficiente de nutrientes. 

Além disso, altas doses de cloro são nocivas aos tecidos vegetais, como notam o Dr. Cesar Abel Krohling e outros pesquisadores, no artigo Toxidez de Cloro em Mudas de Café Arábica Cultivadas em Vasos. Isso inclui as raízes, que se desenvolvem de maneira mais frágil. 

Os benefícios de um sistema radicular bem desenvolvido 

Um sistema radicular bem desenvolvido não só proporciona o uso eficiente de água e nutrientes pelas plantas, mas como também oferece aporte para o crescimento das comunidades de microrganismos do solo. 

Essas comunidades se alimentam dos exsudatos liberados pelas raízes das plantas, que por sua vez promovem uma série de benefícios ao agroecossistema, que vão desde a promoção de crescimento das culturas a biorremediação de poluentes no solo. 

Ao fornecer condições ideias para o desenvolvimento das raízes da planta com a aplicação de fontes alternativas de nutrientes, como os fertilizantes da Verde produzidos a partir do Siltito Glauconítico, o agricultor proporciona diversos benefícios para sua cultura e torna o uso do solo mais sustentável. 

*informações Verde.Ag

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