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Como o fósforo do solo economiza fertilizantes?

Esse melhor aproveitamento pode gerar uma economia de US$ 20 bilhões


Foto: Pixabay

Um artigo publicado na Revista Nature, elaborado por pesquisadores brasileiros da Esalq/USP e da  Bangor University, da Inglaterra, avaliou como o melhor aproveitamento do fósforo acumulado no solo pode gerar economia em fertilizantes.

O fósforo é um dos nutrientes mais limitantes do crescimento das plantas em solo brasileiro. Algumas culturas demandam bastante o nutriente como é o caso do feijão e do milho. Segundo a Embrapa a necessidade de aplicar altas doses de fertilizantes para atender à necessidade de uma cultura representa maior dependência externa, que mais de 50% dos fertilizantes fosfatados são importados. 

Equilibrar o nível de fósforo (P) na lavoura é um dos desafios à produtividade atrelada à sustentabilidade agrícola. De acordo o professor Paulo Pavinato, do departamento de Ciência do Solo, da Esalq/USP, que liderou o estudo, em geral, o problema não é a baixa concentração de P no solo, e sim, a baixa disponibilidade desse P às plantas. “Grande parte (cerca de 70%) do P aplicado via fertilizantes (mineral ou orgânico) é acumulado no solo em formas pouco ou não acessíveis às plantas”, explica.

Segundo o estudo desde os anos de 1960, cerca de 33,4 milhões de toneladas de fósforo foram acumuladas nos solos agrícolas brasileiros. Essa quantia representa um acúmulo de 1,6 milhões de toneladas de fósforo por ano nesta última década, e se seguirmos nesse ritmo serão mais de 100 milhões de toneladas acumuladas até 2050.

Estima-se que em 50 anos as melhores reservas do nutriente se esgotem e, por isso, algumas alternativas podem ajudar a extrair ele do próprio solo. Entre elas estão manejos como calagem, sistema plantio direto com rotação de culturas, sistemas integrados, variedades melhoradas e inoculação de microorganismos solubilizadores de fósforo podem proporcionar melhor aproveitamento do nutriente que está acumulado no solo. 

Esse melhor aproveitamento pode gerar uma economia de US$ 20 bilhões nas próximas décadas em fertilizantes fosfatados. “Estes números chamam a atenção, e ilustram o enorme potencial que ainda temos para tornar a agricultura brasileira ainda mais eficiente, rentável e sustentável”, complementa o professor Maurício Cherubin, também do departamento de Ciência do Solo, um dos autores do estudo.

O artigo, intitulado Revealing soil legacy phosphorus to promote sustainable agriculture in Brazil, pode ser lido na íntegra neste link
 

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