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Como será o clima de Outubro?

Para a segunda semana, está prevista a quebra do bloqueio atmosférico


Foto: Marcel Oliveira

“O mês mais delicado e complicado de prever da primavera chegou! Com uma atmosfera não respondendo aos principais fatores climáticos, as incertezas são muito grandes para o Outubro”. A previsão é de Tiago Robles, meteorologista na Tempo.com, segundo o qual o mês será de transição da estação seca para a chuvosa. Será as chuvas vão de fato voltar em Outubro?

“A primavera representa a transição do período seco para o período úmido no Brasil, sendo o Outubro o mês quando ocorre essa transição, com chuvas podendo começar tanto no seu início, quanto mais para o seu final. Essa característica é um dos fatores que contribui para a diminuição da previsibilidade”, explica.

De acordo com ele, em Outubro as chuvas passam a se “espalhar do noroeste do país para a porção central em direção ao Sudeste, com chuvas frequentes no Centro-Sul, onde é muito comum ocorrerem fortes tempestades, como os Complexos Convectivos de Mesoescala (CCMs), potencializadas pelo forte contraste térmico entre as massas de ar quente do Centro-Sul e as eventuais massas de ar frio, que conseguem avançar pela Região Sul, com o acréscimo do escoamento em 850 hpa que contribui para o transporte de calor e principalmente de umidade da porção amazônica”.

Em relação às temperaturas, acrescenta Robles, as máximas já conseguem atingir valores bastantes elevados dependo das circunstâncias, como foi observado no primeiro dia de Outubro em boa parte do país. “No entanto, a incursão de massas de ar frio intensas ainda podem ocorrer proporcionando mínimas abaixo dos 8°C”, alerta ele. 

FATORES CLIMÁTICOS

Ainda de acordo com o meteorologista da Tempo.com, para este ano, os fatores climáticos que ajudam a traçar uma tendência para as próximas semanas – Oscilação Antártica (AAO) e Oscilção de Madden-Julian (MJO) – não estão sendo influentes neste período. Segundo ele, isso dificulta a previsibilidade, “proporcionado uma oscilação maior dos modelos, o que já é um condição normal durante a primavera”.

“Há indícios de que a longa atuação de uma alta pressão sobre o Brasil Central, que vem proporcionando um cenário de bloqueio, esteja associada com condições de precipitação na Índia e outro de irregularidade nas proximidade do sudeste asiático. No entanto, essa influência ainda deve ser bem estudada, pois pode ter correlação com a forte seca na Califórnia e com a propagação da MJO”, complementa.

De acordo com o especialista, o modelo climático CFSv2 vem “insistindo” sobre o padrão de bloqueio durante a primeira semana de Outubro: “Com chuvas expressivas ocorrendo somente no Rio Grande do Sul e no extremo norte do país, sendo que no território gaúcho há potencial para volumes elevados que podem causar transtornos. Já na Região Norte, as chuvas ocorrem na forma de pancadas isoladas”.

“Para a segunda semana, está prevista a quebra do bloqueio atmosférico, proporcionando o retorno da umidade para o Brasil Central. As chuvas devem ocorrer de forma mais isolada, porém mais abrangentes nas áreas mais próximas do leste do Sudeste e da Região Sul. Por outro lado, os modelos tendem a subestimar as chuvas da primavera e volumes mais elevados que o previsto podem ocorrer”, acrescenta.

Já à segunda quinzena, segundo ele, o padrão mais úmido se estabelece gradativamente, com chuvas ocorrendo em boa parte do país, sendo mais volumosas e abrangente no Centro-Sul. O padrão ainda isolada, pode ser interpretado através das anomalias abaixo da média no Brasil Central.

“De qualquer forma, a principal mensagem que deve ser retirada deste cenário é que as chuvas retornam para o Centro-Oeste e Sudeste de forma gradativa, semana a semana, com estabelecimento da estação chuvosa por volta da última semana de Outubro e início de Novembro, com volumes podendo ocorrer acima do previsto”, conclui Robles. 

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