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Como vivem as aves sem antibióticos?

Estudos realizados não foram conclusivos sobre a nova exigência do mercado


Durante os últimos cinco anos aumentaram de forma espetacular a quantidade de frangos para engorde nos Estados Unidos com a concepção de nunca usar antibióticos. Grady Bishop, diretor de acesso ao mercado global da marca Elanco, comentou o percentual de frangos produzidos dentro desse conceito subiu de praticamente nada para 40% do total em 2017. Essa mudança rápida chegou como respostas a promessas de grandes cadeias, como Mc Donald’s e Chick fil A, assim como dos maiores frigoríficos como Tyson e Perdue, de eliminar o uso desses produtos em animais saudáveis.

As medicações humana e veterinária afrontam um desafio de longo prazo: se desenvolvem cada vez menos antibióticos ao mesmo tempo que aumentam a incidência de bactérias patógenas que são resistentes a um ou mais antibióticos. Os governos de todo o mundo tentam encontrar formas de manter a eficácia dos antibióticos existentes, enquanto que fomentam o desenvolvimento de novos antibióticos.

O método OneHealth, adotado para combater a resistência antimicrobiana, considera o uso de antibióticos tanto em humanos como em animais de produção para consumo. O mercado vê agora como uma virtude a eliminação do uso de antibióticos. Mas isso realmente melhorará a eficácia dos antibióticos na medicina humana?

De acordo com o Dr. Rolf Joerger, professor de Ciência Animal e de Alimentos na Universidade de Delaware, não existiram ainda muitos estudos que analisem especificamente o impacto dos programas de produção que nunca incluem antibióticos em aves sobre a resistência antimicrobiana da microflora. Por outro lado, disse que foi trabalhado algo em comparar a resistência antimicrobiana em bactérias de granjas de frangos orgânicos e convencionais. Ele comentou que até agora isso demonstrou poucas mudanças no nível de resistência a antibióticos nos patógenos.

“Na atualidade, não é de todo evidente se mudar as práticas de produção orgânica muda a resistência antimicrobiana a curto prazo, digamos, em quatro anos”, afirmou Joerger. O especialista explicou que muitos desses casos só avaliam patógenos e não a toda microbiota.  Ainda explanou que, se só se observa aos patógenos, por eles serem poucos, o tamanho da amostragem fica pequeno demais.

Acrescentou que, se chega a haver redução de resistência antimicrobiana, demorará anos em desenvolver-se porque as bactérias têm estado presentes durante muito tempo em particular nos sistemas de acumulação de cama. Joerger sugeriu que essas bactérias podem persistir porque se adaptaram a esse ambiente.

Charles Hofacre, professor da Universidade da Geórgia, realizou um estudo onde se coletaram mostras ambientais com a ajuda de uma meia colocada em cima de botas descartáveis com o que se caminhou dentro da granja. Se separou e cultivou a salmonela e a campylobacter das mostras e depois se determinou a resistência antibiótica conforme os protocolos. Aves em cronogramas convencionais e sem receber antibióticos, mas os resultados do estudo não foram publicados ainda.

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