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Comportamento de preços favorece produtores de milho

Aumento do consumo e estoques baixos projetam cenário positivo no setor


Os produtores de milho estão com um olho na lavoura e o outro fixo no mercado. A tendência de bons preços para a safra, que já começa a ser colhida em algumas regiões brasileiras, cria um clima de euforia e a certeza de que neste ano não se repetirá a desvalorização observada em safras anteriores, quando o produto foi comercializado até por R$ 10 a saca. O aumento da demanda interna e externa, aliado à drástica redução dos estoques reguladores nos principais mercados consumidores mundiais, inclusive no Brasil, deixam a expectativa de que os preços do produto não devem cair muito abaixo dos R$ 15 no pico da colheita, mantendo assim preços médios bastante atrativos.

O engenheiro agrônomo Sérgio da Silva Freitas Júnior, diretor da Cossisa Agroindustrial S.A., da fazenda Bom Jardim, no município de Uberlândia (MG), divide esta mesma expectativa. A empresa cultivou nesta safra três mil hectares e o início da colheita está previsto para o dia 20 de fevereiro. Toda a produção é destinada ao consumo próprio, na produção de ração para as granjas integradas. Além do que for colhido na fazenda, o engenheiro acredita que ainda será necessário comprar em torno de 100 mil sacas do grão para atender à demanda.

"Nossa expectativa é que os preços caiam um pouco no pique da safra. Por isso, vamos usar nossa produção como estoque regulador. Mas o certo é que dificilmente teremos preços tão baixos como em anos anteriores. O mercado já começou a reagir no final do ano passado e a tendência é que se mantenha. Não existe milho estocado o suficiente para atender a demanda", justificou.

Mercado

O diretor da Céleres Consultoria, Leonardo Sologuren, disse que só dois fatores poderiam alterar de forma significativa o cenário que se desenha para o milho brasileiro. O primeiro deles seria uma produtividade extraordinária dos Estados Unidos, na safra que começa a ser plantada em maio. A outra é uma safrinha cheia no Brasil, que poderia gerar uma grande oferta do produto.

"O consumo mundial de milho cresceu muito e os estoques reguladores são os mais baixos dos últimos 30 anos. Uma situação que mexe com toda a cadeia e todas as regiões produtoras", comentou. A expectativa é que o Brasil colha nesta safra algo em torno de 6 milhões de toneladas, contra 4 milhões de toneladas no ano passado.

"Com o aumento da demanda pelo grão, o Brasil caminha para ocupar um grande espaço no mercado internacional. Com o aumento das exportações, Estados produtores que não são exportadores, como Minas Gerais, por exemplo, vão ganhar espaço no mercado interno, mantendo igualmente aquecido os preços do milho", concluiu Leonardo Sologuren.

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