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Compras na América Latina entrega de biodiesel


Os preços mais atrativos ofertados nos leilões, aliados à queda no preço do óleo de soja, contribuíram para diminuir a inadimplência na entrega de biodiesel no terceiro trimestre deste ano. No entanto, o descumprimento ainda está elevado. Até 24 de agosto, eram 32% do volume programado de entregas, ante os 40% no fechamento do segundo trimestre.

Até ontem, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) havia notificado a Petrobras sobre a inadimplência acima de 50% de sete empresas, segundo Edson Silva, superintendente de Abastecimento da agência. "Já adotamos todos os procedimentos que poderíamos. Notificamos a Petrobras, como determinam as regras dos leilões. Estamos aguardando as decisões comerciais entre as partes", justifica Silva. Apesar de não ter reincidido o contrato com a Brasil Ecodiesel, a Petrobras rompeu com a Biocamp e com a Binatural, por não terem entregue mais de 50% do produto contratado. A Petrobras foi procurada ontem para falar sobre o assunto, mas não se pronunciou.

A Brasil Ecodiesel, a maior empresa do setor no País, não entrega regularmente biodiesel desde abril deste ano, mas continua participando dos leilões. Nos últimos dois, realizados em 14 e 15 de agosto, a companhia foi a que mais arrematou contratos: 21,2% dos 330 milhões de litros arrematados. A companhia informou por meio de nota que, com a renegociação de suas dívidas de curto prazo e com a retomada de crédito para capital de giro, conseguiu reestabelecer o ritmo "normal" de sua produção industrial.

Até 24 de agosto, tinham sido entregues 132 milhões de litros do biocombustível à Petrobras, referentes aos leilões nº 8 e 9, volume que deveria estar em 193,3 milhões. Até o final de setembro, mais 198 milhões de litros devem ser entregues. Em novembro do ano passado, quando ocorreram os leilões de venda de biodiesel para entrega em janeiro de 2008, já com no início do Programa Nacional de Biodiesel, o litro do biodiesel foi vendido, em média, a R$ 1,86 nas ofertas públicas realizadas pela ANP. O preço do óleo de soja já estava mais alto, em torno de R$ 2,39 o litro no mercado interno. Daí em diante, esse valor só aumentou, atingindo em março o patamar de R$ 3,18. "No ano passado, algumas usinas chegaram a entregar o litro do biocombustível a R$ 1,85 e compraram o óleo de soja a R$ 2,80. Isso explica o tremendo prejuízo do setor", compara Miguel Biegai, analista da Safras & Mercado.

Mas, apesar de os preços estarem agora estarem mais atrativos, Biegai alerta para a perspectiva de elevação da cotação dos óleos. "Há cerca de duas semanas, as usinas que arremataram o biodiesel por R$ 2,60 o litro, estavam comprando o óleo de soja por R$ 1,90 o litro e com um custo de mais R$ 0,30, resultando em um lucro de R$ 0,40 por litro. Agora, a situação já está sendo invertida, porque o preço do óleo está reagindo", diz Biegai.

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