Governo quer R$ 12 milhões para acabar reforma de armazém. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) espera viabilizar recursos extras de R$ 10 milhões a R$ 12 milhões para concluir as obras de recuperação de um armazém em Uberlândia (MG). As obras estão paralisadas há quase 14 anos.
A obra não está incluída no orçamento da empresa para esse ano, que é de R$ 7 milhões, mesmo volume do ano passado, segundo Pedro Beskow, secretário de programas especiais da companhia. "O objetivo é buscar verbas novas para concluir esse projeto até meados do próximo ano", diz.
Com capacidade para estocar 100 mil toneladas, esse é o segundo complexo de armazéns da Conab em Uberlândia. Na cidade, a Conab já possui uma estrutura em operação ao lado da Cargill, com capacidade para 126 mil toneladas.
A empresa também tem planos de modernizar o armazém próximo ao porto de Itaqui (MA), hoje com capacidade para 6 mil toneladas, e o de Ponta Grossa (PR), para 420 mil toneladas. A empresa anunciou, no final do ano passado, a intenção de transformar esse último em terminal retro-portuário de apoio ao porto de Paranaguá (PR). O foco é diminuir as filas de caminhões, que todo o ano se estendem por até 100 quilômetros na entrada do porto durante o pico da colheita da safra de grãos. Segundo Beskow, a intenção é disponibilizar para o projeto um espaço de 125 mil toneladas no primeiro ano do acordo.
A Conab opera hoje 85 estruturas de armazenagem, que respondem por cerca de 7% da capacidade instalada hoje no Brasil. O país possui atualmente 14.095 unidades armazenadoras. A maior parte (69%) é administrada pelo setor privado e os 24% restantes por cooperativas.
Com recordes sucessivos nas safras de grãos nos últimos anos, o país já soma um déficit de armazenagem de aproximadamente 31 milhões de toneladas. Com capacidade para armazenar 100,6 milhões de toneladas, o Brasil deverá colher uma safra estimada em 131,9 milhões de toneladas em 2005. "O setor de armazenagem passou por um período de paralisia que durou cerca de 10 anos e hoje temos uma estrutura ineficiente para atender a demanda. Mas a tendência é de reversão desse quadro", diz Berkow.
Ele cita como exemplo desse movimento o aumento do número de armazéns construídos dentro das propriedades rurais. Atualmente, 11% das unidades armazenadoras em operação no País estão localizadas dentro de fazendas. "Há três anos esse volume era de 4%", diz ele. "O produtor está descobrindo que sai muito mais caro transportar sua produção e pagar pela armazenagem em unidades de terceiros", afirma ele. Berkow atribui essa mudança também à implantação do Programa de Incentivo à Irrigação e Armazenagem (Moderinfra). O programa dispõe de R$ 500 milhões para financiamentos no biênio 2004/05, o mesmo volume destinado para a safra 2003/04. Do total disponível para esse ano, R$ 189 milhões já foram aplicados.