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Concorrência forçou queda no preço dos agrotóxicos

O preço médio dos agrotóxicos caiu cerca de 4% nos últimos dois anos


O preço médio dos agrotóxicos caiu cerca de 4% nos últimos dois anos, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Embora seja um índice pequeno - principalmente se comparado à queda do dólar - o órgão afirma que a redução é resultado do aumento da competitividade do setor. O ministério estaria agilizando os processos de registro de produtos, com o objetivo de aumentar a concorrência tornando os preços mais competitivos.

Segundo Luís Eduardo Pacifici Rangel, coordenador geral de Agrotóxicos do Mapa, a lei especifica prazo de 120 dias para que um agrotóxico obtenha registro. Apesar da legislação, o registro de um produto costumava sair em três anos e meio. Agora, este prazo já foi reduzido para um ano. ""A intenção é desburocratizar e estamos fazendo isso com melhora da estrutura, informatização e contratação de pessoal"", afirma. No entanto, para conseguir um registro, o produto também deve ser aprovado pelos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente.

Além disso, o Mapa estaria incentivando o registro de produtos biológicos, que causam menos danos ao meio ambiente e à saúde. ""A produção brasileira tem aumentado a partir do aumento da produtividade e não do uso de agrotóxicos"", comenta Álvaro Antônio Nunes Viana, diretor do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas do Mapa. O Brasil está entre os cinco maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. A utilização de transgênicos - que requerem menos uso deste tipo de produto - ainda não teria causado impactos no mercado.

Na avaliação dele, o consumo seria proporcional à área plantada. Por isso, o mercado é estável, registrando pequenos recuos ou leves altas que variam conforme a situação financeira dos agricultores. Em média, o preço dos insumos atingem 15% do custo da lavoura, exceto no plantio de algodão. Nos últimos anos, por exemplo, quando a agricultura foi atingida por forte crise o mercado de agrotóxicos movimentou cerca de US$ 4,5 bilhões. A projeção para este ano é atingir US$ 6 bilhões.

Segundo Luís Eduardo Rangel, atualmente 1,3 mil produtos agrotóxicos têm registros no Mapa. Deste total, pelo menos, 30 foram registrados neste ano, beneficiados pela ""lei dos genéricos"". ""Os genéricos já mexeram no cenário, embora ainda não sejam suficiente para modificar a conjuntura"", argumenta.

Embalagens - Rangel acrescenta que o Brasil é o País que mais recolhe embalagens de agrotóxicos em todo o mundo. A quantidade que é retirada de circulação no território nacional, inclusive, seria maior do que o recolhido por todos os outros países juntos, segundo o Mapa.

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