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Confinamento de bois será recorde este ano

A estimativa de alta do preço estimula o aumento do volume de animais no cocho


O investimento dos frigoríficos em confinamentos e em boi a termo e a perspectiva de alta nos preços do boi gordo farão com que este ano o número de animais no cocho seja recorde. Segundo levantamento da Safras & Mercados, 2,28 milhões de bovinos serão confinados em 2007, volume 10,3% superior ao ano passado. Consultores estimam que, dependendo do comportamento das cotações do boi gordo, os números possam ser ainda maiores. O último recorde foi em 2004: 2.094 mil cabeças. Em média, segundo a empresa, o sistema vinha crescendo entre 3% a 5% ao ano.

"É só ter uma alavancada agora que estimula o confinamento", diz Paulo Molinari, analista da consultoria. Apesar de divergirem nos números, outros analistas também acreditam em mais animais no cocho neste ano. Nas estimativas da Scot Consultoria, o crescimento é de 2% a 3%, mas o analista Fabiano Tito Rosa admite que a variação pode ser maior. "No ano passado prevíamos algo nestes patamares e os volumes foram 17% superiores", afirma Rosa. Na avaliação de José Vicente Ferraz, diretor da AgraFNP, o confinamento crescerá mais em função dos frigoríficos que dos pecuaristas. Segundo ele, as indústrias já respondem por 15% dos animais no cocho. "Para o produtor há dificuldade de enxergar lucro e investir em confinamento", diz Ferraz. No entanto, em sua avaliação, para os frigoríficos é uma questão estratégica, porque o confinamento permite melhor acabamento dos animais e a garantia do suprimento homogêneo dos animais para abate.

Molinari explica que os frigoríficos ajudam a aumentar o confinamento, uma vez que estão fechando contratos antecipados - que dependem desta terminação no cocho para o seu cumprimento. Segundo ele, em estados como Goiás e Mato Grosso, que aumentaram suas exportações, há quase que um "incentivo" ao confinamento. Em função disto, em Mato Grosso o aumento será de 65%: 126 mil bovinos devem ser confinados, pelos cálculos da Safras & Mercado. O maior volume, no entanto, segue sendo em São Paulo: 700 mil animais, alta de 4,7% em relação a 2006.

Cotações:

Pelas estimativas da Scot Consultoria, no entanto, os preços podem não cobrir do confinamento - de R$ 62 a arroba ou R$ 57 a arroba, quando é só terminação. "A ração e os concentrados estão mais caros", diz Rosa. Ontem, segundo os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o boi gordo estava cotado a R$ 57,71 a arroba.

No ano passado, com a explosão do confinamento, os preços do boi gordo desabaram. Segundo o indicador do Cepea/USP, o arroba saiu de R$ 58,88, no final de outubro, para R$ 52,59 um mês depois. "Há indícios de que neste ano os produtores venham a escalonar melhor o confinamento", acredita Rosa.

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