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Confira a situação do crédito fundiário em Minas Gerais e Alagoas

Os resultados do programa são diferentes conforme a região do Brasil


O Programa Nacional de Crédito Fundiário foi criado para ajudar o pequeno produtor na hora de comprar a terra. Mas os resultados são diferentes, conforme a região do Brasil. Saiba como está a situação em Minas Gerais e em Alagoas.

Herivaldo dos Santos é um dos agricultores beneficiados pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário. Ele faz parte de uma comunidade do povoado Massapé, em Feira Grande, no agreste de Alagoas. Há três anos, o seu Herivaldo e mais cinco famílias conseguiram a aprovação de crédito para a compra de uma propriedade.

“A gente planta batata, feijão, milho, fumo e mandioca. Assim, a gente vai fazendo um pouco de cada”, disse seu Herivaldo.

Em Feira Grande, cerca de 40 famílias são beneficiadas pelo programa. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, mais 30 estão a espera. O problema é que muita gente está desistindo por causa da burocracia e, consequentemente, da demora na liberação do dinheiro para a compra dos terrenos.

O seu Pedro dos Santos ainda sonha em adquirir uma propriedade em que possa tirar o sustento da família. Em sociedade com outro agricultor, ele quis comprar um terreno por meio do crédito fundiário. Gastou com documentação e cartório; esperou mais de dois anos pela aprovação da proposta e nada.

A reclamação da demora em conseguir a liberação do crédito parte também dos trabalhadores de outros municípios da região, como Arapiraca.

“Esperamos que haja uma sensibilidade por parte dos técnicos que fazem o projeto do crédito fundiário para que haja mais agilidade. Quando chega na câmara técnica, em Maceió, há uma demora muito grande para que os técnicos possam fazer uma avaliação do terreno”, falou Geraldo Balbino, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Arapiraca.

O secretário de Agricultura do Estado, Jorge Dantas, nega a demora na liberação do crédito. “Não tem porque um processo desses demorar mais de quatro meses se não houver problema de documentação”, disse.

Crédito fundiário no sul de Minas Gerais

O agricultor Washington Passos apanha o café com satisfação. Para ele, esta safra tem um significado especial. Pela primeira vez, ele está colhendo os grãos que produziu na sua própria terra. “É a consagração da conquista, principalmente porque a gente tem uma expectativa de melhora a longo prazo”, disse.

Nesta primeira colheita, Washington fez um mutirão com os companheiros que também desejam ter uma lavoura. O agricultor Silas Eriberto da Silva é um deles e está ansioso pelo financiamento. “Faz um ano que eu entrei com o processo”, disse.

Para conseguir o financiamento o trabalhador tem que ter uma renda anual inferior a R$ 15 mil e comprovar experiência agrícola na atividade que pretende investir. O prazo para pagar a dívida é de 17 anos.

O limite mínimo para a compra é de três hectares. O valor máximo do empréstimo é de R$ 40 mil. O agricultor Paulo Sérgio Souza conseguiu o dinheiro e já investiu no plantio de 14 mil pés de café. Com a colheita espera pagar parte do financiamento.

“Da para pagar a prestação e sobra ainda para continuar plantando café. É um sonho de muitos anos que estou realizando e estou feliz”, disse seu Paulo.

No sul de Minas Gerais, cento e cinquenta famílias já foram beneficiadas. Outras 800 esperam a análise das propostas, sem prazo para definição.

O secretário de Agricultura de Alagoas, Jorge Dantas, disse que não há inadimplência no Programa de Crédito Fundiário no Estado. Ele informou ainda que, até o fim do ano, duzentos e seis novos técnicos serão contratados para dar assistência aos assentados.

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