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Conheça as ONGs negacionistas mais perigosas

Facções recrutam vulneráveis com apadrinhamento de políticos e até da Igreja


Foto: Divulgação

O biólogo Luis Ventura, especialista em biotecnologia, biossegurança e comunicação científica, apontou quais são as organizações não governamentais (ONGs) mais radicais e perigosas em operação na América Latina. De acordo com ele, o ativismo negacionista da ciência e tecnologia “não perdeu força” e vem recrutando fanáticos nas periferias e até mesmo nas universidades, alimentando o ódio contra a biotecnologia. 

“Nos últimos 25 anos, uma vasta rede de grupos ambientais radicais se estabeleceu globalmente, principalmente na África Subsaariana e na América Latina, onde continua a exercer uma influência política tremenda, embora menos visível. São dezenas de ONGs que trabalham para minar a inovação científica na América Latina”, afirma o cientista em artigo publicado no portal especializado GLP (Projeto de Alfabetização Genética, na sigla em inglês). Confira os “cinco piores infratores” denunciados por ele:

Via Campesina

Fundada há 28 anos, a Via Campesina é um movimento internacional que coordena organizações de agricultores, comunidades indígenas e trabalhadores agrícolas. O grupo se orgulha de ser membro de 182 ONGs locais e nacionais de 81 países da África, Ásia, Europa e Américas. Embora não se concentre exclusivamente na América Latina, sua influência se estende a um número significativo de países da região, por meio de suas organizações afiliadas.

A Via Campesina organiza conferências internacionais periódicas destinadas a fomentar a cooperação entre grupos que se opõem às tecnologias agrícolas modernas no México, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. No Brasil, tem conexões com o Movimento dos Sem Terra (MST), uma facção armada e perigosa que invade propriedades e promove vandalismo violento com apadrinhamento de políticos. É apoiada e aparelhada também pela Igreja Católica através do Cimi, o Conselho Indigenista da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). 

O grupo aperfeiçoou uma estratégia de campanha agora extremamente popular visando grupos vulneráveis, tais como pequenos agricultores, sem-terra, mulheres rurais, migrantes e comunidades indígenas. A tática é demonizar as ferramentas e técnicas modernas de produção de alimentos pelos problemas que elas realmente ajudam a resolver, tais como as mudanças climáticas. Ao fazer isso, a Via Campesina está negando aos grupos vulneráveis que se preocupa tanto com o acesso a tecnologias que comprovadamente combatem a pobreza no mundo em desenvolvimento.

Biodiversidad LA

Nos últimos 25 anos, Biodiversidad en America Latina y el Caribe (Biodiversidade da América Latina e Caribe), mais conhecida na região como Biodiversidad LA, vem disseminando mitos e desinformação sobre o uso de transgênicos e pesticidas, biopirataria e pecuária. O grupo endossa a agroecologia, um termo mal definido frequentemente usado por ativistas para promover técnicas agrícolas antigas em detrimento das mais recentes ferramentas baseadas na ciência que os produtores desejam usar.

Conforme informado em seu site, a Biodiversidad LA está presente em quase todos os países da América Latina, incluindo: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Republica Dominicana, Uruguai e Venezuela.

UCCS

A Union de Cientificos Comprometidos con la Sociedad (União dos Cientistas Preocupados com a Sociedade), mais conhecida como UCCS, é um grupo anti-OGM com sede no México. Fundada em 2004 por um grupo de cientistas mexicanos bem conhecidos como céticos sobre OGM, a organização recentemente transferiu várias de suas figuras-chave para cargos reguladores federais no Ministério da Ciência, Meio Ambiente e Agricultura. Esses ativistas que se transformaram em reguladores trabalharam diligentemente para proibir o milho, a soja e o algodão GM, bem como o herbicida glifosato. Eles também fizeram cortes significativos no financiamento de pesquisas para produtos de biotecnologia.

RAP - AL

A Rede de Ação em Plaguicidas e Sus Alternativas para América Latina (Rede de Ação em Pesticidas e suas Alternativas para a América Latina), mais conhecida como RAP-AL, foi fundada em 1983 como uma rede de organizações que se opõem ao uso de agrotóxicos e transgênicos na agricultura. A RAP-AL está sediada em Santiago do Chile, mas está presente em 17 países da América Latina e Caribe criando materiais multimídia e programas de treinamento, fornecendo assistência jurídica a grupos locais que buscam banir pesticidas específicos.

Grupo Semillas

O Grupo Semillas (Grupo de Sementes) foi fundado em 1994 na Colômbia para defender as comunidades indígenas e pequenos agricultores, promover a segurança alimentar e proteger o meio ambiente. A organização tem se oposto sistematicamente ao uso de pesticidas e safras GM, embora afirme apoiar a “liberdade de sementes”.

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