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Consecanas precisam rever preço da cana com base na biomassa

Feplana defende que a redefinição do valor seja avaliado por um árbitro.


Apesar do uso da energia proveniente do bagaço da cana para gerar eletricidade para o próprio consumo das usinas e da crescente venda do excedente dessa  energia elétrica para o mercado consumidor, o setor dos fornecedores independentes de cana continuam sem receber pela biomassa ofertada aos parques fabris, que produzem eletricidade graças ao vapor por meio da queima de bagaço de cana em suas caldeiras.

A biomassa passou a ser um novo mix da indústria sucroenergética, que, tradicionalmente, fabrica açúcar e etanol. O problema é que as usinas não querem requalificar o preço da cana fornecida a elas por produtores que representam 30% de toda cana produzida no Brasil. Um novo meio para calcular o valor desta cana, que hoje ocorre através de conselhos entre esses setores (Consecanas), será abordado na tarde desta quinta-feira (22) durante uma reunião da Comissão Nacional de Cana da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.
 
O preço da cana é definido através desses Consecanas, formados em alguns estados pelo segmento dos fornecedores independentes de cana e pelas usinas. Hoje existem tais conselhos em Pernambuco, Alagoas, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. O preço da cana definido por cada um desses conselhos tem validade para outros estados que balizam os valores pelos Consecanas mais próximos. A controvérsia é que nenhum desses conselhos aprovaram ainda a inclusão desta biomassa, que gera a energia e tem sido comercializada, assim como o açúcar e o etanol, na lista de produtos fabricados pela cana para a composição do seu preço.
 
Ainda não houve avanço por questões óbvias. O novo método somente pode ser adotado se houver consenso entre os setores do Concecana. Mas, o segmento industrial se recusa a aprovar esta justa questão para os fornecedores de cana às usinas. "A palha e o bagaço que produzem energia integra a cana. É justo que seja pago por ela", frisa o presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Alexandre Andrade Lima, que também preside uma cooperativa de canavieiros em Pernambuco, que geri uma importante usina no respectivo Estado.
 
Andrade Lima defende a adoção de um novo mecanismo para garantir isonomia da questão com justiça para toda a cadeia que forma o setor sucroenergético. Ele, que é titular da Comissão Nacional de Cana da CNA, apresentará hoje à tarde durante a reunião da entidade esta nova fórmula. A Feplana defende que a redefinição do preço da cana seja avaliado através do julgamento de um árbitro independente, sem a  necessidade de consenso dos membros das Consecanas nos estados.
 

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