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Consultor fala sobre o plantio do milho e expectativas para a próxima safra

Molinari traça boas perspectivas aos produtores e explica quais fatores influenciarão o mercado na hora de negociar as vendas


Paulo Molinari, consultor e analista da Safras&Mercados, fala sobre o plantio do milho e as expectativas para a próxima safra.

O consultor traça boas perspectivas aos produtores de milho e explica quais fatores influenciarão o mercado na hora de negociar as vendas.

Quais são as expectativas, tanto dos produtores quanto do mercado, para a safra de milho? Podemos esperar um novo aumento de preço/produção em comparação à safra passada?

A primeira grande questão para a safra global 2010/11 é a presença do fenômeno La Niña. Esta é uma variável importante e que poderá trazer mais volatilidade aos preços internacionais e, consequentemente, ao mercado brasileiro.

A área da safra de verão apresentou retração próxima a 9% no Centro-Sul e agora depende do quadro climático até o final do desenvolvimento das lavouras para que seja possível definir a produção total. Contudo, mesmo com um bom clima, o resultado dessa safra será inferior, e chegará em torno de 23 milhões de toneladas no verão atual, sendo que, em 2010, esse número foi de 25,5 milhões.

Apesar de haver dúvida em relação ao clima no outono/inverno, por conta do La Niña, a safrinha 2011 terá um bom plantio, mesmo que em atraso. Potencialmente teremos uma safrinha de 22 milhões de toneladas em condições normais, totalizando uma safra nacional de 50,5/51 milhões de toneladas, incluindo as regiões Norte e Nordeste.

Quais os fatores que contribuem para um aumento/diminuição do preço?

A internacionalização do mercado brasileiro de milho nos leva a agregar fatores externos à formação de preço interna. Neste caso, o principal indicador de preço interno é o patamar de porto, hoje em R$ 25/saca, o que significa que uma alta nesse indicador pode ajudar os preços internos e vice-versa. Por exemplo, em 2010, o preço no porto chegou a R$ 16,50, o que causou queda nos valores internos. Já no segundo semestre, os preços internos saltaram devido à alta no porto.

Com isso, o preço interno do milho já é conduzido pelo mercado externo e todas as variáveis aplicáveis à Bolsa de Chicago influenciam também os preços internos. Assim, dólar, petróleo, clima e etanol são alguns dos componentes da formação do preço do milho.

Como está a valorização do milho brasileiro no mercado internacional? O que podemos esperar em relação à exportação?

No ano comercial de 2010, o Brasil fechará embarques próximos a 10 milhões de toneladas. O mercado brasileiro vende, hoje, nos níveis dos preços internacionais, ou seja, US$ 240/250/tonelada FOB (cotação na Bolsa de Chicago).

Para 2011, o País não vai dispor do mesmo volume para manter este fluxo de vendas. Inicialmente, a meta possível seria de 5,5/6 milhões de toneladas, e níveis superiores a estes seriam viáveis apenas se houvesse uma produção interna muito além da estimada atualmente e com preços internacionais mais altos ou câmbio desvalorizado.

O que os agricultores podem fazer para aumentar a produtividade e obterem mais lucros?

O milho é, basicamente, reflexo de sua produtividade: sem ela não há rentabilidade e as exigências com preços serão sempre muito elevadas. Por isso, o Brasil precisa cada vez mais aumentar os níveis de produtividade. A retomada do investimento na safra de verão é fundamental para obter estes resultados, além da aceitação e uso de novas tecnologias por parte dos produtores. É importante ressaltar também que há a continuidade da elevação da produção de etanol nos Estados Unidos, a partir do milho. Os estoques nos EUA são os mais baixos desde 1995, o que exigirá um grande plantio em 2011.

Parece um bom ano para investimentos nas lavouras de milho no Brasil, tendo em vista o aumento da volatilidade externa nos preços. Atrelar a produção da safrinha 2011 à exportação parece um bom caminho para garantir uma melhor rentabilidade.

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