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Consumidor deve pagar mais pelo frango com alta do farelo de soja


O aumento no custo de produção, provocado especialmente por altas de até 35% no farelo de soja, deve provocar uma elevação no preço final da carne de frango. A previsão foi repassada ontem, pelo presidente interino do Sindicato das Indústrias da Carne (Sindicarnes), Pedro Benur Bohrer. Ele explicou que o impacto dos preços é inevitável porque o derivado de soja responde por 25% da composição da ração animal que é usada nos aviários brasileiros. "De uma forma geral todas as carnes devem subir em 2004. Mas ainda é cedo para dimensionar o real percentual do aumento do frango"

Nem mesmo os novos preços devem mudar a positiva expectativa da indústria brasileira depositada no frango. Bohrer acredita que o consumo interno deve voltar aos patamares verificados em 2002: 35 quilos per capita. No ano passado, o consumo de carne de frango teve uma queda de 3,6%. "Nós apostamos principalmente na recuperação do poder aquisitivo dos consumidores - desde maio de 2002 que o trabalhador na indústria não tem reajuste acima da inflação, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - e no próprio preço, que caracteriza um grande nível de competitividade em relação às demais carnes", avalia o executivo.

Em 2003 o Brasil produziu 7,4 milhões de toneladas de carne de frango, um aumento de 2,63% sobre o ano anterior. Considerando que foram exportadas 1,9 milhão de toneladas do produto no ano passado, restaram 5,7 milhões de toneladas no mercado doméstico, 2,15% a menos que em 2002.

Mas a menor disponibilidade de frango no mercado interno não se deve ao aumento de 20% nas exportações. O que ocorreu, segundo analistas, foi que a recessão do Brasil em 2003 segurou o avanço da avicultura. No ano anterior, quando as exportações do setor cresceram 28%, a produção de carne de frango havia aumentado 13,4% e a disponibilidade interna, 10%.

Bohrer acredita que, a exemplo de 2003, a produção e comercialização de frango nos mercados nacional e internacional voltem a crescer. Há quem arrisque dizer que as exportações vão crescer 3% neste ano, o que significaria, segundo o presidente do Sindicarnes, um bom momento para o setor.

De olho no mercado, a Seara Alimentos já dobrou a capacidade de produção da unidade frigorífica de Itapiranga, no Extremo-Oeste do Estado. O executivo diz que o foco da empresa continua sendo os 50 países que formam a Ásia, a Europa e principalmente o Oriente Médio. Com esta mesma visão, a Diplomata pretende fechar o ano com um abate de 300 mil aves por dia na unidade da Chapecó Alimentos, em Xaxim.

As apostas da Diplomata no mercado externo refletem uma confortável situação cambial que poderá significar ganhos significativos nas exportações brasileiras em 2004. Para o presidente da empresa, Alfredo Kaefer, as carnes e derivados de frango produzidos em Xaxim só serão aproveitados no mercado interno se a cotação do dólar cair nos próximos meses. " Se o dólar permanece em um patamar entre R$2,90 e R$3 nós teremos um ligeiro aumento nas exportações. A atual condição do mercado de frango é positiva."

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