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Consumo de fumo avança


A fumicultura é a garantia de sustento e permanência na terra para 170 mil famílias nos três Estados do Sul, sendo 50% no Rio Grande do Sul, 35% em Santa Catarina e 15% no Paraná. Um hectare da cultura, característica de minifúndios, oferece o mesmo rendimento que seis hectares de milho ou sete de feijão. As lavouras, em média, não são superiores a 2,5 hectares. Este ano, cada hectare rendeu R$ 8,2 mil, e poderia ser 15% superior, caso não houvesse quebra na safra.

Toda essa relevância sócio-econômica da atividade influenciou a redação do texto da Organização Mundial da Saúde (OMS) que deverá nortear, a partir de 2006, as medidas internacionais de combate ao tabagismo e de diminuição do plantio do fumo. A redação definitiva deve ser apresentada este mês, mas o teor do documento é considerado brando por representantes dos agricultores e da indústria, que acompanharam todas as reuniões na Suíça. A redação definitiva ficou a cargo do embaixador brasileiro em Genebra, Luís Felipe Seixas Correa.

Com o consumo de tabaco crescendo de 1% a 1,5% ao ano e os principais concorrentes enfrentando percalços, os reflexos também são sentidos no campo. Após negociações, os produtores conseguiram reajuste de 29% no preço pago pela indústria. A cotação ficou em R$ 4,20 o quilo do fumo classificado como BO1, utilizado como referência.

"Mas, como a demanda é maior que a oferta, a classificação na indústria é tolerante. Um fumo que é de segunda, é classificado como de primeira", diz o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Hainsi Gralow. Consciente dos perigos que esta euforia pode causar, o dirigente costuma percorrer as regiões produtoras tentando convencer os agricultores para que não aumentem a área cultivada além do planejado pelo setor, evitando uma supersafra que poderia levar a uma queda nos preços.

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