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Consumo per capita de café no Brasil é recorde

Em 2010, o consumo foi de 4,81 kg por habitante


O consumo per capita de café torrado no Brasil atingiu marca histórica e quebrou o grande recorde registrado há 45 anos. Em 2010, o consumo foi de 4,81 kg por habitante, volume que supera os 4,72 kg registrados em 1965 pelo IBC – Instituto Brasileiro do Café, até então o maior índice. Esse resultado parte da avaliação anual realizado pela ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, com o estudo “Indicadores da Indústria de Café no Brasil/2010 – Desempenho da Produção e Consumo Interno”, elaborado pela Área de Pesquisas da entidade e que analisa dados do setor no período compreendido entre Novembro/2009 a Outubro/2010.

De acordo com Almir José da Silva Filho, presidente da ABIC, superar a marca histórica do consumo per capita era algo perseguido pela ABIC e pelas indústrias de café como “símbolo da melhoria da qualidade oferecida aos consumidores e como resultado das importantes iniciativas da nossa entidade, entre as quais sempre se destacou o Selo de Pureza, lançado em 1989”.

O consumo per capita de 4,81 kg registrado em 2010, que equivale a quase 81 litros de café por pessoa por ano, foi 3,5% maior ao registrado em 2009 (que ficou em 4,65 kg). Com isso, o consumo brasileiro se aproxima ao da Alemanha, que é de 5,86 kg por habitante/ano e já supera os índices da Itália e França, que são grandes consumidores de café. Os campeões de consumo, entretanto, ainda são os países nórdicos – Finlândia, Noruega, Dinamarca – com um volume próximo dos 13 kg por pessoa/ano.

Mercado interno cresce

A pesquisa também mostra que o consumo interno ampliou em 740 mil sacas. No período de Novembro/2009 a Outubro/2010 foram industrializadas 19,13 milhões de sacas de 60 kg, o que representa um crescimento de 4,03% em relação ao período Novembro/2008 e Outubro/2009, que havia sido de 18,39 milhões de sacas. Esta taxa é mais do que o dobro do aumento médio do consumo mundial de café.

Por outro lado, de acordo com Natal Martins, diretor da área de Pesquisa, as empresas associadas à ABIC, que participam com 68,4% do total de café torrado e moído produzido, mostraram uma evolução mais significativa ainda, de 5,93% em relação a 2009. “Esse resultado confirma as expectativas iniciais da ABIC, que eram de um crescimento de 5%, levando em conta a recuperação da economia brasileira”.

Para 2011, a ABIC projeta um crescimento de 5,0% em volume, o que elevaria o consumo para 20,27 milhões de sacas. As vendas do setor em 2010 podem ter atingido R$ 7,0 bilhões e a entidade estima que cheguem a R$ 7,5 bilhões em 2011.
“Com a economia brasileira sendo impulsionada em 2011 e as boas previsões que se fazem para o crescimento do PIB, do consumo das classes C, D e E, mais a previsão de que as classes A e B poderão crescer 50% ate 2015, é natural que o consumo do café siga crescendo”, avalia Natal Martins. Dessa forma, a meta de se ter um consumo interno de 21 milhões de sacas poderá ser atingida em 2012, “desde que a evolução se mantenha em pelo menos 5% ao ano”, salienta o diretor. Com isso, o Brasil, que já é o maior produtor e exportador de café do mundo, passaria a ser o maior mercado consumidor, posição tradicionalmente ocupada pelos Estados Unidos.
Estratégias de Mercado

Para a ABIC, os resultados favoráveis que vêm sendo obtidos decorrem da serie de estratégias adotadas pela entidade ao longo das últimas décadas, mais precisamente a partir de 1989 quando, em reação à queda do consumo per capita, que chegou a alarmantes 2,27 kg por habitante/ano, a entidade lançou o Programa do Selo de Pureza. Com esta iniciativa, a ABIC mostrava a firme decisão de reverter a queda no consumo de café por meio da oferta de melhor qualidade ao consumidor.

“O Selo de Pureza foi o primeiro programa setorial de certificação de qualidade em alimentos no Brasil. Atualmente são 1.082 marcas de café certificadas”, diz Sydney Marques de Paiva, responsável pela área de Marketing da ABIC. Nesses 21 anos de existência do programa, já foram realizadas mais de 51.000 análises laboratoriais.

Em 2004, a entidade lançou nova estratégia que impulsionaria mais ainda o mercado. Trata-se do Programa de Qualidade do Café – PQC, que hoje é o maior e mais abrangente programa de qualidade e certificação para café torrado e moído em todo o mundo. O PQC certifica e monitora 490 marcas de café, sendo que 105 são de cafés Gourmet, de alta qualidade.

Ambos os programas têm servido como importante ferramenta para estimular a produção e a oferta de cafés de melhor qualidade para os consumidores. Para Sydney Marques de Paiva, o sucesso do Selo de Pureza e do PQC é comprovado pelos resultados da pesquisa anual do setor. “Os brasileiros estão efetivamente tomando mais xícaras de café e diversificando as formas da bebida durante o dia, adicionando ao café filtrado consumido nos lares, também os cafés expressos, cappuccinos e outras combinações com leite”.

Categorias e Preços

Todas as categorias de produtos apresentaram taxas de crescimento positivas, desde o tipo Tradicional, predominante no consumo doméstico, até os tipos Superiores e Gourmet, que prevalecem no consumo fora do lar. De acordo com Nathan Herszkowicz, diretor executivo da ABIC, o segmento de cafés finos e diferenciados, embora represente a menor parte do consumo, continua apresentando taxas de crescimento de 15% a 20% ao ano.

“Impulsionado principalmente pelas cafeterias e casas de café, o segmento Gourmet correspondeu a algo em torno de 4% do mercado em 2010, ou 800 mil sacas, com uma participação entre 6% a 7% na receita, o que significa R$ 380 milhões”, informa Herszkowicz. Com relação aos preços, pesquisas permanentes da entidade mostram que se mantiveram estáveis para os consumidores nos últimos 4 anos, com pequena elevação no decorrer do ano passado. Em Janeiro/2010 o café custava, em média, R$ 10,39/kg nos supermercados, enquanto em Dezembro/2010, o preço era de R$ 11,12/kg – uma evolução de 7,0%, acima da inflação do período.

“O café continua sendo um produto muito acessível aos consumidores, mesmo nas categorias de maior qualidade e maior valor agregado, como os cafés Superiores e Gourmet”, diz o presidente da ABIC, Almir José da Silva Filho. Ele lembra, porém, que apesar dos resultados positivos, o setor industrial, que é composto em sua maioria por pequenas e médias empresas, “passa por uma fase aguda de rentabilidade insuficiente, o que pode acelerar o processo de consolidação e concentração do setor”.

O estudo completo poderá ser acessado no link: http://www.abic.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=61

As informações são da assessoria de imprensa.

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