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Contágio da gripe A aumenta durante inverno

Contágio da gripe A aumenta durante inverno


A chegada do inverno aumenta a incidência de doenças respiratórias. Com isso, o número de casos de gripe A, conhecida como gripe suína, deve continuar a crescer. Porém, não há motivo para pânico, garantem especialistas. A letalidade do vírus Influenza A (H1N1) é baixa, ao contrário do que se supunha no início da pandemia.

“Quando a gripe suína surgiu, houve um grande alarde porque o vírus é da mesma família que causou a gripe espanhola, em 1918, e matou milhões de pessoas”, pondera o médico infectologista e pesquisador do Núcleo de Medicina Tropical da UnB, César Carranza.

Outro aspecto que aumenta o receio em relação às consequências da nova gripe, lembrado pelo médico e professor da Faculdade de Medicina Pedro Tauil, é o fato de as pessoas não terem imunidade em relação ao vírus que a causa.

Contudo, após alguns meses desde o surgimento da doença, constata-se que a taxa de letalidade no mundo é de 0,42%, em uma escala que varia de 0,03% a 2,15%. Isto significa que, de um total de 89.966 pessoas que contraíram a doença, 382 morreram. No Brasil, em 737 casos registrados até hoje pelo Ministério da Saúde, houve somente uma morte no Rio Grande do Sul – o que significa uma taxa de letalidade de 0,1%.

O médico Pedro Tauil lembra que o aumento de número de casos no inverno já era esperado, pois nesta época do ano cresce a incidência de doenças respiratórias. “É uma situação desconfortável, mas ela não representa uma surpresa”, afirma.

Embora a gravidade da infecção causada pelo vírus H1N1 seja menor do que a esperada, chama a atenção o fato de que o maior número de mortes no mundo tenha ocorrido entre os mais jovens e não entre grupos populacionais mais fragilizados, como os idosos. “Algumas pesquisas levantam a hipótese de que os idosos conviveram com o vírus causador da gripe Hong Kong”, analisa Tauil, referindo-se à pandemia que surgiu em 1968.

CUIDADOS - Os médicos alertam que é preciso manter certos cuidados. Não se pode descartar a possibilidade de que o vírus sofra uma mutação que o torne mais forte, alerta o infectologista Carranza. Por isso, na opinião dele, é importante manter o monitoramento e o controle sanitário, como ainda existe em relação à gripe aviária, que se alastrou em várias partes do mundo no ano de 2003. “A gripe aviária não parou de se espalhar. A diferença em relação à gripe A é que ela está mais restrita ao Sudeste Asiático”, diz ele.

O controle e o monitoramento é importante até em localidades como o Distrito Federal, onde o número de casos é pequeno em relação a estados como São Paulo e Rio Grande do Sul. “São poucos casos no DF, mas o aumento está sendo exponencial a cada semana”, diz. De acordo com balanço do Ministério da Saúde da última sexta-feira, 3 de julho, há 30 casos da doença confirmados. Outras 41 pessoas estão sendo monitoradas.

A boa notícia - que deverá ser anunciada até o fim do ano, segundo os médicos - é a criação de uma vacina contra a gripe A. O laboratório suíço Novartis avisou que está testando o produto e a comercialização poderá ter início ainda em 2009.

UnB Agência

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