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Contratação de safreiros deve manter média em 2019

Estimativa do sindicato é de que cenário seja similar ao de 2018, quando foram realizadas cerca de 6,3 mil admissões no setor


As chamadas no rádio já sinalizam que mais um período de safra está prestes a ter início no setor do tabaco em Santa Cruz do Sul. Apesar de grande parte das contratações estar programada para as próximas semanas, algumas empresas já deram início ao processo. Enquanto isso, a projeção do Sindicato nas Indústrias do Fumo e Alimentação (Stifa) é positiva.

Conforme o presidente Sérgio Luiz Pacheco, o cenário deve ser próspero, assim como foi o ano passado. O número elevado de contratações e a safra durante um período mais longo devem se manter. Em 2018 foram 6.356 safreiros contratados, 576 a mais do que em 2017. Além disso, o período de permanência nas empresas foi 19 dias superior, com início em fevereiro e término no fim de setembro. 

Na Souza Cruz, a única companhia que iniciou a compra do tabaco antes do Natal, por exemplo, cem colaboradores sazonais já começaram a trabalhar na comercialização, em janeiro. O restante deve entrar em março. No total, serão cerca de 2 mil safreiros neste ano em Santa Cruz, afirma a assessoria de comunicação da companhia. A maioria é recontratada de anos anteriores. Em 2018, por exemplo, 65,5% do pessoal já havia trabalhado na empresa. 

“No período da safra contratamos quase 4 mil colaboradores nos três estados do sul, valorizando as comunidades do entorno e movimentando a economia local”, explica o gerente de Tabaco, Adriano Rusak. Em Blumenau, Santa Catarina, e em Rio Negro, Paraná, a empresa contratou aproximadamente 900 pessoas para a safra, em cada estado. 

Em Santa Cruz, as contratações deverão ser intensificadas nos próximos dias. Na Alliance One, o processamento de tabaco vai começar no dia 18, na unidade de Venâncio Aires. Na Japan Tobacco International (JTI), em Santa Cruz, o dia 25 foi escolhido. A Universal Leaf Tabacos também iniciará a operação na segunda quinzena deste mês.

Novo perfil

Para compor as equipes, Sérgio Pacheco, do Stifa, ressalta que os empregadores têm procurado safreiros já experientes. “De 90% a 95% acaba trabalhando na safra de novo”, afirma. Além disso, outro detalhe que o sindicalista observa é o perfil do trabalhador. “Hoje nós temos pessoas com ensino superior, que falam outros idiomas.” Com isso, os salários variam do piso mínimo, em torno de R$ 1,2 mil, até R$ 6 mil, dependendo do cargo ocupado.

Entre os benefícios oferecidos aos funcionários, que podem variar de empresa para empresa, estão participação nos resultados, cestas básicas, cartão alimentação, plano médico, creche para os filhos, entre outros. As vantagens, no entanto, vão além. “Nós realizamos pesquisa nos municípios de Vera Cruz, Santa Cruz e Sinimbu, e temos observado que o setor do tabaco é o que mais emprega pessoas com mais de 50 anos, principalmente mulheres, em todo o Brasil.”

À espera

O estudante de Engenharia Agrícola Willian Evandro Silva, de 26 anos, é apenas um dos milhares de safreiros que devem voltar à rotina em breve. Morador de Vera Cruz, ele vai trabalhar pelo sétimo ano nesse sistema. Para William, que atua na sala de amostras, essa forma de contrato é interessante, pois permite que frequente disciplinas da faculdade no período entressafra, já que elas são oferecidas no turno da tarde.

De acordo com Willian, outra vantagem é a possibilidade de voltar no ano seguinte. “Se o funcionário é dedicado, responsável e faz um bom trabalho, ele sempre ganha retorno”. Já no período de folga, além de estudar, o veracruzense também faz trabalhos esporádicos, atividades físicas, entre outros afazeres.

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