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Controvérsias no resultado das exportações de abril

Dados da SECEX/MDIC relativos às exportações brasileiras do mês de abril ainda darão pano pra manga


Os dados da SECEX/MDIC relativos às exportações brasileiras do mês de abril ainda darão pano pra manga. De acordo com a imprensa, na quarta-feira (2), ao falar sobre os resultados do mês e ser questionado quanto à queda da receita cambial – pela média diária, US$949,1 milhões em abril/18, contra US$982,2 em abril/17 e US$956,6 milhões em março/18 – o diretor de estatísticas e apoio às exportações do MDIC explicou que ela foi causada, “em parte, pela menor quantidade de dias úteis no mês”.

Já em relação ao embargo (parcial) da União Europeia para a carne de frango brasileira, anunciado em meados de abril passado, afirmou não ter grande impacto sobre o resultado da balança comercial, porque os dez frigoríficos atingidos venderam apenas US$84 milhões para o bloco no ano passado. E acrescentou:

"O valor não é tão relevante para a balança, pois representa apenas 1,2% das vendas de frango do País. Em abril, as exportações de carne de frango para o bloco inclusive cresceram 213%, sendo 54,5% de aumento em volume". 

Por partes: a queda na receita média diária não pode ser justificada pelo “menor número de dias no mês”. Porque, em relação ao mês anterior, março/18, abril/18 teve idêntico número de dias úteis: 21. Já em comparação a abril do ano passado este abril foi mais longo, com três dias úteis a mais. 

Quanto ao embargo europeu, realmente não tem grande peso quer sobre a balança cambial global, quer sobre a balança cambial da carne de frango. Mas não pode ser minimizado, pois equivale à perda de um dos principais “cartões de visita” da carne de frango brasileira. Ou seja: a atitude européia, independente de ser correta, pode ser seguida por outros importadores.

Além disso, um aumento de volume como o citado – de mais de 54% - não tem o menor significado. De um lado porque não se refere, com certeza, ao frango salgado, principal item importado pela UE e motivo de embargo a algumas empresas brasileiras.

De outro, porque a UE também importa produto in natura, mas em quantidades ínfimas. Em 2017, pouco mais de 300 toneladas mensais de frango inteiro e perto de 5,2 mil toneladas mensais de cortes de frango. E, nestes casos, qualquer aumento de volume gera índices de incremento dos mais significativos. Mas não têm maior impacto nos resultados globais.

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