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Convênio impulsionará pesquisas com café para o bem da saúde

O acordo, que será assinado em breve, vai resultar na criação da Unidade de Pesquisa Café e Coração


Um convênio entre a Embrapa Café, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Fundação Zerbini (Incor) vai avaliar os benefícios do café para a prevenção e cura de doenças do coração.

O acordo, que será assinado em breve, vai resultar na criação da Unidade de Pesquisa Café e Coração. Pela primeira vez no mundo, uma empresa de pesquisa agropecuária e um instituto de doenças cardiovasculares se unem para desenvolver pesquisas em parceria.

Segundo o médico do Incor, Luiz Antônio Machado, o convênio prevê a realização de três linhas de pesquisa: na primeira, serão desenvolvidos estudos farmacológicos para avaliar as substâncias contidas no café. As análises pelo laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A segunda etapa vai contemplar a análise dos efeitos terapêuticos de quatro diferentes tipos de café: filtrado, não filtrado, descafeinado e solúvel. A análise será feita com voluntários saudáveis, pacientes coronarianos e diabéticos que alternarão períodos de consumo diário de café, respeitando a quantidade recomendada por dia (quatro xícaras de 150 ml) e períodos sem o produto.

A terceira e última etapa é o que se chama, no meio médico, de teste epidemiológico. Serão selecionadas 2.200 pessoas da região sudeste que, de acordo com o médico do Incor, tem uma boa representatividade da população brasileira, para a realização de testes. Essas pessoas serão divididas em dois grupos de 1.100 cada um, sendo um composto por pessoas saudáveis e outro por portadores de doenças do coração. Os grupos serão, por sua vez, também divididos em pessoas que vão tomar café e as que não vão.

De acordo com o Dr. Machado, essa etapa vai levar 10 anos e é determinante para a obtenção de resultados confiáveis. Ele explica que foi um teste semelhante a esse que levou à conclusão de que o tabaco causa câncer no pulmão, por exemplo.

Segundo o professor da UFRJ, Darcy Lima, o convênio vai avaliar os benefícios do café para a prevenção e a cura de doenças coronarianas, a exemplo do que já foi feito com o vinho.

Nessa primeira fase, as pesquisas serão realizadas com os cafés existentes no mercado, mas o convênio entre as duas instituições abre inúmeros precedentes para o desenvolvimento de novas variedades de café mais saudáveis. "A pesquisa com os voluntários vai levar à definição do melhor tipo de café consumido hoje.

Em um futuro breve, a Embrapa poderá melhorar as variedades que fazem parte desse grupo, em termos de aumento das características benéficas e diminuição das nocivas, dentre outras inúmeras possibilidades. O domínio da tecnologia do genoma do café abriu para a ciência uma gama imensa de possibilidades", ressalta Lima.

O professor da UFRJ já sonha até com uma variedade de café, que ele chama provisoriamente, de medicinal, que seria exportado para muitos países, gerando diversas patentes para o nosso país.

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