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Cooperativa do Mato Grosso aprova híbridos de maracujá da Embrapa

Os produtores destacam que os novos maracujás apresentam excelente resistência à verrugose, doença fúngica mais comum nos cultivos de maracujá mato-grossenses


A parceria da Embrapa Cerrados (Planaltina – DF) com a Cooperativa Agropecuária Mista Terranova (Coopernova), de Terra Nova do Norte – MT, está literalmente rendendo os primeiros frutos. Os híbridos BRS Sol do Cerrado, BRS Gigante Amarelo e BRS Ouro Vermelho, maracujás lançados em maio de 2008 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, foram aprovados em ensaio de competição de cultivares de maracujá no extremo norte do Mato Grosso.

O resultado da avaliação, uma comparação entre os híbridos da Embrapa e as quatro variedades mais cultivadas, comprova o potencial agronômico dos híbridos. Os produtores da Coopernova avaliaram, entre outras características, a massa média (Kg / fruto), quantidade de frutos por plantas, quantidade de sólidos solúveis (Brix), porcentagem de frutas com verrugose e a porcentagem de plantas com flores e frutos após 90, 120 e 150 dias do plantio.

Para Márcio Sidnei Semprebom, coordenador técnico da Coopernova, “os híbridos da Embrapa superaram as expectativas”. Os produtores destacam que os novos maracujás apresentam excelente resistência à verrugose, doença fúngica mais comum nos cultivos de maracujá mato-grossenses.

“A produção tomou um outro ritmo, abrimos inscrição para novos plantios e a expansão deve acontecer com os novos híbridos”, comenta Márcio Sidnei. Oitenta associados da Coopernova cultivam maracujá. A área plantada atual é de 160 hectares, mas há demanda para 250 hectares. “Para a próxima safra, pretendemos trabalhar com todas as variedades da Embrapa e o híbrido SB200, da Flora Brasil”, destaca.

O coordenador enfatiza que a única ressalva dos produtores é quanto a dificuldade para conseguir sementes dos três híbridos. “As sementes são o gargalo, a procura está grande e entramos na lista de espera”, menciona. As reservas de semente são feitas por meio do escritório de negócios de Campinas (SP) da Embrapa Transferência de Tecnologia. O produtor pode fazer a reserva pelo telefone (19) 3749-8888 ou pelo email [email protected].

A equipe técnica da Coopernova, em parceria com a Embrapa Cerrados, organizou Dia de Campo sobre a cultura do maracujazeiro no dia 10 de julho. O pesquisador Fábio Faleiro, da Embrapa Cerrados, explicou aos 200 produtores participantes do encontro como é feito o melhoramento genético do maracujazeiro. Durante o evento, foi entregue à Coopernova o certificado “Amiga da pesquisa”.

“É um exemplo de bom trabalho em parceria. Outras cooperativas podem seguir o exemplo”, comenta Faleiro. Os ensaios realizados pela Coopernova permitiram à equipe de pesquisa ter a convicção de que os híbridos possuem ótimo desempenho agronômico nas condições de solo e clima do norte matogrossense.

O pesquisador destaca ainda que os novos maracujás possibilitam maior retorno econômico para os produtores. “Os híbridos vão contribuir para melhorar a qualidade de vida destes produtores familiares”, diz Faleiro.

Alta produtividade e resistência à verrugose

Os híbridos BRS Ouro Vermelho e BRS Sol do Cerrado apresentaram aproximadamente 90% das plantas com flores ou frutos após 120 dias do plantio, maior índice entre as variedades testadas. Aos 90 dias, 19% das plantas BRS Ouro Vermelho já apresentavam flores ou frutos.

A verrugose foi identificada em 11% das plantas do BRS Sol do Cerrado após 120 dias, menor incidência da doença no ensaio. O híbrido BRS Ouro Vermelho obteve índice inferior a 20% e o BRS Rubi, também testado, em torno de 15% das plantas com verrugose. A verrugose atingiu em torno de 22% das plantas BRS Gigante Amarelo, resistência maior à doença do que a apresentada pelas outras quatro variedades do ensaio.

Os três híbridos também mostraram desempenho acima da média quando comparado o número de frutos colhidos em três meses de produção. A BRS Sol do Cerrado rendeu em torno de 1300 frutos, seguida da BRS Ouro Vermelho com quase 1200 frutos. O Gigante Amarelo, híbrido com elevada massa média, também produziu acima de 1 mil frutos.

Aproveitamento integral dos frutos

A Coopernova, cooperativa fundada em 1987, conta com 2231 agricultores familiares associados. A pecuária de leite é a principal atividade desenvolvida. A fruticultura está crescendo em importância. O cultivo do maracujazeiro vem sendo incentivado por conta da precocidade da produção e bom rendimento. A área cultivada saltou de 45 hectares para 160 hectares nos últimos cinco anos.

Marcio Sidnei enfatiza que os frutos do maracujá são aproveitados integralmente. 97% da produção é destinada para a indústria de polpa de frutas Terranossa, administrada pela própria cooperativa. Os outros 3% são comercializados no mercado regional.

A secagem das sementes para produção de óleo e a fabricação de farinha da casca do maracujá são duas ações novas. O óleo é amplamente utilizado pela indústria de cosméticos e a farinha, produzida em fase de testes no ano passado, é um suplemento indicado como fibra alimentar. “A casca está sendo usada no confinamento de ovelhas e bovinos”, comenta Márcio. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Cerrados.

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