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Cooperativa quer fortalecer setor de orgânicos em Campo Grande/MS

A chegada de 2011 vai trazer grandes mudanças para os produtores rurais de todo País


Medidas incluem escalonamento de produção e o serviço da "cesta domiciliar", com entrega de produtos na casa do cliente

A chegada de 2011 vai trazer grandes mudanças para os produtores rurais de todo País. Por determinação da lei, a partir do ano que vem nenhum produto poderá ser comercializado sob rótulo de orgânico, natural ou agroecológico sem que esteja devidamente certificado.

Nenhum produtor rural de Mato Grosso do Sul possui a certificação orgânica. No entanto, alguns grupos estão se organizando para facilitar esse processo. É o caso de 60 produtores da região de Campo Grande. Eles fundaram na quinta-feira (30) a Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Agricultura Familiar de Campo Grande/MS (Organocoop).

O grupo integra o projeto Pais (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável) – que na capital do estado é desenvolvido pela parceria entre Sebrae no Mato Grosso do Sul, Prefeitura Municipal, Fundação Banco do Brasil e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) – e vai receber, a partir deste mês, um trabalho de consultorias para certificação orgânica, por meio do Programa Sebrae de Consultoria (Sebraetec). Voltado para o incentivo à inovação, o Sebraetec vai custear 90% do valor da certificação. Além disso, vai oferecer serviços de orientação para que o produtor rural fique adequado a cada uma das exigências legais.

Plano de comercialização

Quem assume a presidência da Organocoop é o produtor rural Osmar Schossler. Ele conta que durante o processo de formação da cooperativa teve que "peneirar" os membros para aceitar somente aqueles cuja produção se adequava aos critérios da certificação. Assim, com um grupo unido e coeso, ele propõe as primeiras ações: "vamos reunir todo mundo e formar um plano de comercialização, separar o que cada um vai plantar e montar um escalonamento para que sempre tenhamos produto para fornecer”.

Outra das inovações propostas pela cooperativa será a instituição da “cesta domiciliar”. Schossler conta que essa já é uma prática em outras cidades do País e que planeja iniciá-la em Campo Grande. “A pessoa pode fazer seu pedido por telefone ou internet e levamos a cesta de orgânicos diretamente na casa dela”, relata.

O gerente de Agronegócios do Sebrae em Mato Grosso do Sul, Marcus Rodrigo de Faria, comenta que hoje o principal canal de comercialização para estes produtores é a venda direta, sendo que alguns poucos conseguiram acessar o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “Uma vez unidos, como cooperativa, eles terão maior quantidade de produto para fornecer. Isso vai possibilitar maior poder de barganha”, relata. “É muito mais fácil para o poder público realizar a compra de alimentos para merenda escolar diretamente com um grupo do que individualmente. O mesmo acontece com supermercados e sacolões”, diz.

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