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Cooperativas agropecuárias de São Paulo exportam 47% mais em 2004


Depois de cinco anos trabalhando na capacitação e desenvolvimento de novas tecnologias, as cooperativas agropecuárias do Estado de São Paulo conseguiram exportar US$ 414 milhões em 2004, registrando crescimento de 47,7% sobre os US$ 279 milhões de 2003.

Segundo o presidente da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), Evaristo Machado Netto, este resultado demonstra o amadurecimento e o crescimento sustentável do setor.

As parcerias com universidades e institutos de pesquisa são apontadas por Netto como o grande diferencial para a consolidação do sistema cooperativista. "A Ocesp e a USP organizaram um curso com MBA para o agronegócio. Além disso, algumas cooperativas estão desenvolvendo programas de capacitação para agricultores de pequenas propriedades, inclusive cursos de tradings", completa.

Exportações diversificadas

Representando 20% do total de US$ 2 bilhões exportados pelas cooperativas do Brasil, São Paulo ocupa o segundo posto entre os estados exportadores, atrás apenas do Paraná.

Entre os produtos exportados pelas cooperativas paulistas em 2004, o álcool e os derivados da cana-de-açúcar se destacam como os mais comercializados, totalizando US$ 359 milhões em vendas. Na seqüência, aparecem derivados de soja, café, amendoim, frutas e flores.

Apesar destes produtos se concentrarem nas grandes cooperativas do estado, que respondem pela maioria das exportações, São Paulo oferece oportunidades também para empreendimentos mais modestos, que pouco a pouco começam a despertar para o mercado externo.

Prova deste fenômeno é a presença na pauta de exportações de itens pouco tradicionais, que atingem baixo volume de vendas, mas servem para incluir pequenos produtores e cooperativas na rota do comércio internacional.

Em 2004, há registro de vendas de abacaxis para a Suíça, somando apenas US$ 1,1 mil. Da mesma forma, cadeias produtivas constituídas por pequenas propriedades também participaram das exportações, como a fruticultura, floricultura e avicultura.

De acordo com Netto, "o que não pode é o agricultor familiar tentar vender sozinho para o mercado externo ou para grandes redes nacionais. Se o objetivo for crescer, é fundamental sua participação em uma cooperativa ou associação".

Previsões:

Na opinião da Ocesp, duas dificuldades podem comprometer o desempenho das exportações em 2005: a valorização excessiva do real diante do dólar e a queda dos preços de algumas commodities. No entanto, mesmo com o horizonte nublado, a organização do setor acredita que, na pior das hipóteses, este ano registra vendas externas no mesmo nível de 2004.

Vale lembrar que todos os dados referentes às exportações se baseiam nos arquivos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Receita Federal, e se referem apenas à comercialização efetuada diretamente pelas cooperativas, sem contar os intermediários.

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