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Cooperativas investem e colhem resultados

A geração de energia elétrica já ocorre em duas unidades produtoras de leitões (UPL) da Cooperativa Lar


Gerar energia elétrica e térmica por meio do biogás é um trabalho que exige investimento e insistência. Uma das pioneiras na utilização de biodigestores no Estado, a Lar Cooperativa Agroindustrial, com sede em Medianeira, Oeste do Estado, tem transformado suas ações para um ganho de eficiência energético e, principalmente, ambiental. Atualmente, o aproveitamento de biogás acontece em quatro unidades. A cooperativa fechou 2015 com um faturamento de mais de R$ 4 bilhões e aproximadamente 10 mil associados.

As atividades de conversão de energia sobre os efluentes gerados nas unidades aconteceu em meados de 2007, em parceria com a Itaipu Binacional. A objetivo era gerar energia elétrica pela Unidade Industrial de Aves, em Matelândia, na Unidade Industrial de Vegetais, em Itaipulândia, além da propriedade de um produtor de terminação de animais, conselheiro da Lar.

Com a evolução do projeto, os estudos apontaram que uma oportunidade viável era geração de energia térmica, no caso do frigorífico, sendo utilizada nas caldeiras e reduzindo o consumo do cavaco de madeira. "Na unidade de vegetais, não conseguimos evoluir, porque constatamos que o biogás não gerava tanto metano como o estudo inicial apontou. Em contrapartida, iniciamos a geração de energia elétrica em duas unidades produtoras de leitões (UPL), localizadas em Itaipulândia e Serranópolis do Iguaçu", explica Claudiane Moretti, coordenadora de gestão ambiental da Lar.

Há três anos, mais uma aposta: foi instalado um biodigestor na Unidade Industrial de Mandioca, em Missal (Oeste). "Neste caso, também é para aproveitarmos em energia térmica junto a caldeira. Houve uma redução mensal do consumo de lenha em 85%".

Hoje, após quase dez anos de atuação, Claudiane relata que a cooperativa consegue enxergar ganhos econômicos substanciais e, claro, o objetivo principal ligado aos aspectos ambientais. Ela relembra que ao longo desses anos houve muitos entraves superados. "Em 2007, por exemplo, não havia a tecnologia que temos hoje. Fomos os primeiros a descobrir certos problemas. Um dos principais deles foi ligado aos efluentes da suinocultura. O gás sulfídrico, muito corrosivo, gerava problemas nos motores. Por outro lado, a utilização do biodigestor nesse tipo de tratamento, além de melhorar a qualidade do efluente final, reduz a emissão de odores, o metano não vai para a atmosfera, e ainda há a conversão em CO2, um gás 21 vezes menos poluente que o metano".

Ao avaliar todo o processo – entre altos e baixos – Claudiane relata que houve ganhos muito importantes, como uma normativa de compensação da Copel, mas por outro lado, a cooperativa ainda carece de fomento, incluindo incentivos fiscais. "Sem esse tipo de contrapartida, não há como incentivar um pequeno produtor a gerar essa energia. Temos essas quatro unidades, mas com muitos projetos futuros que caminham neste sentido, incluindo um condomínio de produtores".

COPACOL
A Copacol, com sede em Cafelândia, também faz um trabalho há cerca de quatro anos com seis biodigestores em duas unidades de produção de leitões (UPL), com 4,3 mil matrizes cada. O investimento girou em torno de R$ 2 milhões, sendo que neste primeiro momento a ideia é apenas o tratamento de efluentes, fazendo a queima do gás como estratégia de não lançá-lo "bruto" na atmosfera.

De acordo com o assessor de meio ambiente da Copacol, Celso Brasil, a ideia é que no máximo em 12 meses comece a ser produzida energia elétrica a partir desse gás verde. "Para atingirmos esse patamar, teremos que aplicar em torno de R$ 500 mil em cada uma das unidades, com o retorno do investimento em dois ou três anos".

Brasil salienta ainda que a cooperativa direciona estudos para gerar energia por meio de fontes renováveis. "Estamos trabalhando em diversas frentes: biogás, solar e biomassa. Nós cremos que o potencial nas UPLs será de quase autossuficiência".

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