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Cooperativas mineiras acreditam que safra 2020/2021 não ultrapasse 61 milhões

Seca e as altas temperaturas no início do segundo semestre do ano passado impediu o desenvolvimento de parte das floradas


Foto: Sheila Flores

No começo do ano, a consultoria INTL FCStone estimou que a safra 2020/2021 seria de 65,1 milhões, porém estiagem prolongada no ano passado e as chuvas em excesso este ano nas regiões produtoras de Minas Gerais podem ter prejudicado esse número. A expectativa é que a safra não ultrapasse os 61 milhões.

“Não acreditamos em uma supersafra em 2020, mas sim em um número próximo à colheita de 2018”, confirma o presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), Carlos Augusto Rodrigues de Melo.

Um fator que impedirá um resultado melhor já está consolidado. A seca e as altas temperaturas no início do segundo semestre do ano passado impediu o desenvolvimento de parte das floradas. Com isso, as rosetas, que em condições ideais deveriam estar hoje com 12 a 15 frutos, estão com 8 a 10, segundo o coordenador do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, Éder Ribeiro dos Santos. “As rosetas estão banguelas”, compara o coordenador. A cooperativa, que é a maior do mundo em café, fica no sul de Minas Gerais, que produz 50% da safra brasileira da bebida.

“Com as chuvas, muitos produtores podem não ter conseguido entrar (nas plantações) e dar o trato necessário às lavouras”, aponta o representante da Cooxupé, se referindo, por exemplo, à aplicação de adubos e ao controle de pragas e doenças. Esse diagnóstico, se houve ou não prejuízo na saúde das plantas, só poderá ser feito às vésperas da colheita.

Fernando Cerqueira, diretor-presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Laginha (Coocafé), na Zona da Mata Mineira, afirma que os danos foram pontuais e não vão afetar a safra que começa a ser colhida em maio. A expectativa é que a região produza entre 7 milhões e 7,5 milhões de sacas. “Quando se aplica à região, a significância (dos prejuízos causados pela chuva) é baixa”, diz Cerqueira.

A analista de Agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Ana Carolina Gomes, diz ser cedo para medir o impacto das condições climáticas na próxima safra do café, pelo fato de os grãos ainda estarem em formação.

A expectativa preliminar da Faemg é de que a safra que começa a ser colhida em maio atinja 31 milhões de sacas em Minas Gerais. A safra anterior foi de 24 milhões de sacas e teve impacto negativo por conta do oposto: falta de chuvas. “Houve quebra por causa da seca e das altas temperaturas. Na mesma galha havia grãos verdes junto a grãos maduros. Agora esperamos uma safra maior e com mais qualidade”, afirma a analista.

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