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Cooperativas querem construir unidades de moagem de trigo


A perspectiva de preços mais baixos para o trigo neste ano está obrigando as cooperativas a acelerar seus estudos de investimentos em unidades próprias de moagem. O objetivo é claro: cortar intermediários e, dessa forma, pagar preços melhores aos agricultores.

Duas das maiores cooperativas do Brasil, a Cooperativa Agroindustrial de Rolândia (Corol) e a Coamo, de Campo Mourão, ambas do Paraná, têm estudos em andamento para construir moinhos de trigo. A meta do setor é elevar de 25% para 35% a participação das cooperativas na moagem no Paraná, maior produtor brasileiro do cereal.

O projeto da Corol, estimado em US$ 16 milhões, prevê a construção de uma unidade para processar 400 toneladas do cereal por dia, o que seria suficiente para moer todo o trigo de seus 6 mil associados e, com isso, assumir a comercialização que hoje está nas mãos da indústria.

"Os moinhos se recusam a pagar preços melhores, então decidimos nos tornar concorrentes deles", diz uma fonte da cooperativa. Ontem, o trigo estava cotado a R$ 350 a tonelada no Paraná, abaixo do custo de produção, de R$ 400.

As indústrias, por sua vez, não pretendem se render facilmente. "Alguns moinhos não compram de cooperativas que possuem fábrica própria", diz Lawrence Pih, do Moinho Pacífico. "Eu mesmo adoto essa política. As cooperativas têm muitas vantagens de financiamento que as indústrias não têm. Se comprasse deles, estaria financiando um concorrente", afirma.

Com os atuais preços baixos, muitos agricultores já decidiram que não vão plantar trigo na próxima safra.

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