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Cooperativas recebem R$ 5,6 mi

Recurso aplicado pelo MAPA promoveu missões internacionais, formação de consórcios e treinamento


Recurso aplicado pelo Ministério da Agricultura em 2009 e 2010 promoveu missões internacionais, formação de consórcios e treinamento em gestão de qualidade
 
Nos últimos dois anos, o Ministério da Agricultura aplicou R$ 5,6 milhões em ações de fomento ao cooperativismo. O foco do governo é incentivar a capacitação técnica, a inserção do setor no mercado internacional e a integração entre cooperativas. “O mercado está globalizado, existe um aumento de consumo mundial de alimentos e as cooperativas são responsáveis por 40% da produção agropecuária do Brasil”, afirma o diretor do Departamento de Cooperativismo e Associativismo do Ministério da Agricultura, Daniel Amin. O diretor informa que, em 2010, as cooperativas devem responder por US$ 4 bilhões em exportações, 11% a mais que o registrado em 2009 (US$ 3,6 bilhões).

Para ampliar a participação do setor nas vendas externas, o ministério investiu R$ 500 mil em missões internacionais organizadas em 2009 e 2010. Neste ano, empresários brasileiros e técnicos do governo estiveram no Canadá, Estados Unidos, China, Japão, Argélia, Egito e Emirados Árabes. Nos Estados Unidos, por exemplo, um grupo de cooperativas do setor lácteo queria aprimorar o conhecimento sobre o tratamento dado ao soro de leite. O produto, resultado da produção de queijos, tem grande impacto ambiental e ao mesmo tempo uma elevada concentração de proteínas, nutriente essencial para o organismo.

De acordo com Amin, o país norte-americano tem uma grande fábrica de proteína de soro onde há especialistas no processo produtivo com redução aos danos ambientais. Como resultado, o setor já promoveu várias reuniões com uma empresa argentina que manifestou interesse em abrir uma indústria no Brasil em conjunto com cooperativas nacionais. O projeto será implementado a partir de 2011.

No ano passado, China, Chile e Espanha receberem delegações do governo federal e integrantes de cooperativa de diversos setores. Na China, que é o maior mercado mundial para os produtos do agronegócio brasileiro, os empresários conheceram o sistema produtivo de aves e grãos, criando, assim, a abertura para realização de negócios. Hoje, algumas cooperativas que já vendiam seus produtos para Hong Kong estão fechando negócio com os chineses, quadruplicando o volume de suas vendas para a Ásia.

Integração

A integração entre cooperativas por meio de formação de consórcios e da agroindustrialização também faz parte das políticas do Ministério da Agricultura para o setor. Criado em 2009, o Programa de Integração Agroempresarial (Interagro) reúne os setores das cadeias produtivas para gerar escala e fazer com que as cooperativas tenham acesso a diferentes tipos de mercado. “Com isso, instituímos a cooperação interempresarial, com objetivo de aproximar produção, indústria e distribuição para que todos trabalhem coletivamente, ainda que juridicamente de forma autônoma”, explica Daniel Amin. Desde que foi instituído, o programa destinou R$ 2,6 milhões em ações que prevêem a elaboração de um plano de negócios conjunto e a contratualização das relações empresariais.

O Interagro permitiu a união de 14 cooperativas. Conforme o diretor do Mapa, o consórcio, representa a maior aliança da América Latina com mais de 80 mil produtores vinculados. Sua atuação é mais focada em grãos. Ele desta ca também outro exemplo de consórcio bem sucedido no sul do Piauí com pequenas cooperativas de mel. Com a atuação conjunta, os produtores conseguiram ganho de 98% nas receitas e, hoje, vendem diretamente ao mercado norte-americano e europeu.

A partir desse trabalho, o Mapa busca a geração de escala nas cooperativas, aumentando o volume de vendas, estabilizando o produto e reduzindo custos, o que garante a concorrência no mercado.

O ministério também fomenta mais onze projetos de consórcio em todo o país, alguns em processo final: suco de frutas em Pernambuco e Bahia; flores e plantas ornamentais no Ceará; frutas em Pernambuco, suco de frutas em Alagoas; cacau na Bahia; lácteos no Espírito Santo; maçã em Santa Catarina e Rio Grande do Sul; café em São Paulo; suínos em São Paulo; castanha e guaraná no Amazonas; e Açaí no Amapá. Foram investidos cerca de R$ 220 mil em cada um desses projetos.

Gestão

Outra ação desenvolvida pelo Denacoop é o Programa de Profissionalização da Gestão nas Cooperativas (Profcoop), uma parceria do Ministério da Agricultura com a Fundação Dom Cabral. O programa leva a gestão de qualidade para dentro das cooperativas, para que os cooperados possam trabalhar em rede. Também prevê a realização de um curso de capacitação, com duração de um ano.

O treinamento inclui desenvolvimento de custos, análise de balanço, marketing, liderança, realização e formalização jurídica das relações. “Esses módulos são voltados para líderes e cargos de gestão nas cooperativas como também para funcionários de nível médio, aqueles que fazem a cooperativa funcionar”, conta Amin.

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